A secretária de Política Agrícola e Agrária da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Vânia Marques Pinto, defendeu os mais de 1,7 milhão de agricultores e agricultoras do país durante o Grito da Terra Brasil 2023, nesta quinta-feira (30), em Brasília. A ação é promovida pela Contag, Federações dos Trabalhadores na Agricultura (Fetags) e pelos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs).
O documento consta de construção de propostas para valorizar o espaço rural e foi entregue durante cerimônia ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e à Secretaria-Geral da Presidência. “Para iniciar, quero dizer que aquele cafezinho que vocês tomam de manhã, somos nós que produzimos. Se não somos nós, agricultores e agricultoras, são os assalariados, que estão lá na panha do café. A minha família e eu somos da Chapada Diamantina, e nós somos assentados da reforma agrária, nós também produzimos café, só que o café que minha família produz vocês não tomam, porque a gente só produz para o autoconsumo. Apesar de já termos tido acesso a uma política pública, nós ainda não acessamos e não estamos introduzidos. Não tivemos acesso ao Pronaf, por exemplo. A essência da nossa pauta é falar desses agricultores e agricultoras que somam mais de 1,7 milhão, que não estão introduzidos no processo da produção e que não têm acesso à terra e crédito”, pontuou a dirigente.
De acordo com Vânia, a situação da categoria piorou demasiadamente após a introdução de governos neoliberais no país a partir de 2016. “Nós temos hoje, a partir desses últimos seis anos, uma paralisação muito forte das nossas políticas públicas, porque o primeiro ato do Bolsonaro foi extinguir o Consea [Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional], que é uma política muito importante para nós”, ressaltou.Como uma forma de priorizar a agenda de combate à fome, o presidente Lula retomou o Consea no fim de fevereiro deste ano.
“Para nós da CTB é fundamental essa pauta de negociação entregue pela Contag ao governo federal, ao MDA e à Secretaria-Geral da Presidência. A CTB vai acompanhar e dar todo o apoio aos trabalhadores e trabalhadoras da Contag para que a meta seja alcançada”, afirmou o secretário de Imprensa e Comunicação da CTB, Anderson Guahy, que esteve presente ao evento.
Segundo a Contag, o Grito da Terra é uma ação sindical de massa fundamental por ser “um espaço de proposição, reivindicação e negociação de políticas públicas para o campo e floresta, além de ser um processo mobilizador, formativo e informativo”.