As cinco centrais sindicais que se organizam na base da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) assinaram acordo histórico, na sexta-feira (24), de reajuste de 9% mais um aumento de R$ 200 no auxílio alimentação. A formalização foi feita por dirigentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central, Força Sindical, CSB e UGT.
“O último acordo assinado foi em 2015, ainda no governo Dilma. Depois disso não houve mais negociação coletiva nem acordo coletivo com as categorias. Diante de anos de uma política predatória dos serviços públicos, a CSPB comemora a assinatura desse acordo. Consideramos uma vitória diante dos destroços que se acumularam no orçamento público durante o governo Bolsonaro. Continuaremos lutando juntos, confiantes de que estamos interrompendo uma criminosa agenda de destruição dos serviços públicos e inaugurando um novo período de resgate dos investimentos no setor”, celebrou o presidente da CSPB, João Domingos Gomes dos Santos.
Para o acordo ter validade, ele ainda precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional até o fim do mês de abril. Serão encaminhados dois projetos de lei ao Legislativo, um tratando sobre o reajuste, e outro sobre a adequação da lei orçamentária desse ano.
“Este reajuste emergencial, resultado da reabertura de diálogo e da retomada da Mesa Permanente de Negociação, é um importante símbolo do resgate da democracia. Demos um grande passo, mas ainda temos muito para avançar. É imprescindível interrompermos esse ‘austericídio fiscal’, que mata os trabalhadores, que mata o nosso povo por conta de uma regra fiscal que é um ‘tiro no pé’. Neste cenário as políticas públicas não avançam, os servidores não são valorizados e observamos o desmantelamento de serviços essenciais e estratégicos como os dos segmentos da saúde e da educação”, afirmou o diretor adjunto de Política Ambiental e Economia Sustentável da CSPB, Flauzino Antunes, em discurso na cerimônia de assinatura do acordo.
As categorias já se organizam para disputar orçamento para, em 2024, assegurar a recomposição dos prejuízos acumulados pela inflação nos últimos anos.