O secretário nacional dos Serviços Públicos e dos Trabalhadores Públicos da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), João Paulo Ribeiro, avaliou como “positiva” a proposta de reajuste de 9% de reajuste linear para o funcionalismo público federal proposto pelo governo. A oferta acontece após três rodadas de negociação e prevê ainda um aumento no auxílio-alimentação, que passará de R$ 458 para R$ 658. Os valores serão válidos a partir de 1º de maio, caso os servidores acatem.
“Nós vemos com bons olhos. Após oito anos de interrupção da mesa nacional de negociações, o governo Lula retomou a negociação com os servidores federais. A ansiedade da categoria era muito grande e esse reajuste é fruto ainda do governo negacionista de Bolsonaro. Esse recurso de R$ 11,2 bilhões é fruto de extrema pressão que as entidades e as centrais sindicais fizeram. Nós da CTB acompanhamos toda a trajetória da construção do orçamento desde julho do ano passado. Nós queríamos 27% de reajuste emergencial, o que o atual governo diz não poder fazer por causa do orçamento. A recomendação é para aceitar essa proposta, porque ficar sem reajuste por mais de cinco anos é muito ruim. Agora, vamos ver se a gente consegue recuperar as perdas do governo Bolsonaro no orçamento de 2024”, disse JP.
Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da Universidade Federal da Bahia (Assufba), Renato Jorge, uma assembleia está marcada para esta quarta-feira (15) com indicação de aprovação pela categoria.
“Ao meu entender foi uma vitória, diante da falta de perspectiva de aumento para esse ano. Esse foi o valor possível para esse momento, fruto de um esforço construído coletivamente. Acho que nós devemos aceitar a proposta e imediatamente preparar a discussão para o orçamento do ano que vem. Vai ser uma guerra para que a gente possa alocar recursos para a correção salarial dos servidores federais”, projetou.
O entedimento é semelhante ao do coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), Fernando Mota. “Nós, do Sint-Ifesgo, iremos fazer uma assembleia geral híbrida nesta quarta-feira (15) e iremos deliberar e tirar uma posição da categoria a respeito da proposta do governo. Na assembleia anterior, a categoria já havia decidido aceitar a proposta que tivesse o maior percentual e que pudesse antecipar ao máximo possível o início do reajuste. Acredito que iremos aprovar essa proposta de 9%, a partir do 1º de maio, com os R$ 200 do beneficio. Eu não tenho dúvidas de que a categoria irá aceitar”, estimou.
Para a coordenadora nacional da CTB e diretora do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), Fátima dos Reis, a proposta de reajuste é uma vitória da categoria. “Foi fruto de muita luta a conquista dos 9% e os R$ 200 do auxílio-alimentação, pois não estava previsto no orçamento o aumento para os servidores. Precisamos focar nas próximas etapas, de categorias especificas, que será um grande embate. Teremos que ter unidade para ter êxito no processo de negociação em 2023, para entrar em vigor em 2024. Essa é a expectativa de todos”, disse.
Caso as entidades representativas dos servidores acatem a proposta, o governo encaminhará um projeto de lei para apreciação e aprovação do Congresso Nacional — Câmara e Senado — para depois ser sancionado pelo presidente da República.