O Sindicato dos Químicos de Barcarena, no Pará, prometeu buscar medidas judiciais para amparar os direitos dos trabalhadores demitidos sem justa causa pela Hydro Alunorte, na Região Metropolitana de Belém.
Filiada à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a entidade foi surpreendida nesta quarta-feira (1º) com a demissão de 23 funcionários do setor de resíduos sólidos da companhia norueguesa, sem comunicação prévia com a representação da classe e com o descumprimento de um acordo feito há menos de um mês.
Diante da situação, uma reunião de urgência foi realizada com representantes de ambas as partes nesta quinta (2), mas não houve êxito. De acordo com o presidente do Sindiquímicos, Marcos Lobato, houve avanço apenas no sentido de serem antecipados os pagamentos de benefícios, como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Também ficou em aberto a possibilidade de reaproveitamento dos profissionais desligados em outras atividades, mas sem garantia.
Segundo o dirigente, uma recente mudança no comando da Hydro Alunorte desconfigurou as relações com o sindicato e os trabalhadores.
“Nós fomos surpreendidos com a informação de que 23 companheiros foram demitidos. A Hydro Alunorte adotou uma estratégia de contratar gerente de fora do estado, chamado Leonardo, que já veio com o espírito de terceirização para substituir os funcionários diretos e precarizar a mão de obra. Nós já tínhamos recebido denúncias de que eles estavam sucateando propositalmente os caminhões do DRS, já com o intuito de terceirizar. Nos antecipamos e, 20 dias atrás, nos reunimos com a empresa e o gerente alegou que a empresa estava passando por dificuldades. Mas ele mentiu para o sindicato, para o diretor de RH e enganou todo mundo dizendo que não tinha intenção de promover demissão. Agora, convocou os funcionários para um ‘workshop’ e surpreendeu a todos com a demissão dos trabalhadores. O sindicato repudia esse tipo de ação e nós vamos lutar em favor dos companheiros”, avisou Lobato.
A direção da CTB-PA tem acompanhado toda a situação e, além do apoio ao Sindiquímicos, promete adotar as medidas cabíveis, inclusive internacionalmente, por se tratar de uma empresa estrangeira que se diz adepta ao compliance.
“Ao saber das demissões, nós fomos de Belém a Barcarena para nos reunir com os dirigentes sindicais e falar com os trabalhadores demitidos. A Central se somará ao Sindiquímicos na defesa dos trabalhadores e fará denúncias devidas do caso às autoridades competentes políticas e sindicais. Junto à CTB nacional buscará, com apoio da Federação Sindical Mundial [FSM], repercutir esse fato junto aos representantes da Hydro Alunorte na Noruega”, afirmou o presidente da CTB paraense, Cléber Rezende.