Por Helífax P. de Souza
Atualmente, pós vitória eleitoral de Lula, ainda que, infundadamente, ela venha sendo questionada, como se viu na frustrada tentativa de golpe de Estado proferida pelos derrotados, em que atacaram cada uma das sedes dos três poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro do corrente ano, um cenário promissor se descortina no Brasil.
Porém, dado que, para derrotar o ultradireitista Bolsonaro exigiu-se articular um arco de forças políticas e sociais para muito além do campo da esquerda e do centro (necessitou avançar junto à direita), isso tornou mais complexa a montagem do governo, sobretudo seus ministérios. Outro elemento de dificuldade é o presidente não ter maioria no Congresso Nacional, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal.
As forças conservadoras foram vitoriosas e, mediante as correlações de forças desfavoráveis em ambas as casas, tem sido necessário, e creio assim será por todo mandato, o presidente ter de, exaustivamente, negociar e atender a certos pleitos na busca de apoio necessário à implementação de seu programa de governo, pois tudo passa pelas duas casas.
Em síntese, o rumo do governo do presidente Lula está em disputa e, pelo lado dos trabalhadores (as), só será apoiado caso o desempenho corresponda ao esperado, ou minimamente ao esperado, diria eu. Lula tem lado, mas não tem rumo definido. Lula tem clareza de que se o povo, sobretudo os trabalhadores (as), não pressionar para que as transformações, as mudanças constantes em seu programa de fato aconteçam, que é o que ele quer, poderá, contingencialmente, ter de fazer o que não quer.
Lula quer um Estado Social e não neoliberal. Mais que erradicar a fome e a miséria, almeja desenvolver o país e reinseri-lo no mundo, como já o fizera em seus oito anos de governo.
Os pleitos dos (das) pensionistas estão inclusos nas reivindicações da CTB e foram aprovados no Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizado em abril de 2022. Lula é sensível à pauta dos aposentados (as) e as centrais sindicais têm conseguido construir uma agenda junto à Presidência e seus ministros. O foco é pela instituição de um Projeto Nacional de Desenvolvimento sem desprezar nenhum dos corolários que o envolve, mas que seja centrado na valorização do trabalho.
Nesse ambiente mais promissor, seguiremos lutando por uma Previdência Pública e socialmente sustentável. Na CTB, a orientação é para que os sindicatos debatam o tema com a sua categoria e fortaleça as ações voltadas para este segmento.
Camaradas, companheiros (as), o grande desafio dos pensionistas no momento é garantir a democracia e que Lula possa governar cumprindo seu programa. Se assim for, indubitavelmente, tornam-se plausíveis os cincos elementos essenciais para os idosos defendidos pela UIS: saúde, moradia, aposentadoria, água potável e vida digna.
Por último, a luta política no Brasil encontra-se radicalizada. Os fascistas querem um Brasil só para si, mas nós queremos um Brasil para os brasileiros (as). Nossa miscigenação e nossa diversidade são o nosso grande patrimônio, a nossa maior riqueza. Primemos por elas.