Representantes das Lojas Americanas se reuniram com dirigentes das centrais sindicais, nesta sexta-feira (3), após o ato nacional unificado realizado no Rio de Janeiro, em defesa dos empregos e dos direitos dos trabalhadores.
De acordo com o diretor nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e presidente do Sindicato dos Comerciários fluminense, Márcio Ayer, houve alguns avanços nas negociações. “O Grupo não divulgou o plano de reestruturação para a empresa, mas os representantes se comprometeram a dialogar com as entidades e, em caso de demissões, as centrais sindicais serão imediatamente comunicadas. Também solicitaram o prazo de uma semana para definirem se as homologações dos trabalhadores acontecerão ou não nos sindicatos, pedido das centrais como forma de resguardar os direitos dos trabalhadores”, relatou.
Darlana Santiago, uma das trabalhadoras da rede varejista, esteve presente no ato e declarou que os funcionários estão perdidos com a falta de informação. “A empresa não se comunica com os empregados, deixando os funcionários inseguros sobre o futuro”, afirmou.
Representantes sindicais da Bahia, São Paulo e do estado do Rio, como de Nova Iguaçu e Campos dos Goytacazes, além de entidades como Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), CTB, Força Sindical (FS), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT) e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) estiveram no protesto.
O caso
As Lojas Americanas entraram com pedido de recuperação judicial, depois da revelação de um rombo de mais de R$ 43 bilhões em dívidas. Os sindicalistas ajuizaram ação civil pública, na 8ª Vara do Trabalho de Brasília, com o pedido de execução do patrimônio pessoal dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, para o pagamento de dívidas trabalhistas.
A ação, independentemente do processamento da recuperação judicial, solicita que se desconsidere a personalidade jurídica da Americanas e responsabilize os acionistas de referência pela fraude contábil que se desenrolou durante anos na empresa e que inflou artificialmente não só o lucro, mas os dividendos distribuídos aos acionistas. A medida também requer o bloqueio do valor de R$ 1,53 bilhão na conta pessoal dos sócios majoritários, para garantir que os trabalhadores que lutam na Justiça por seus direitos possam receber sem demora seus créditos.