Mitificado pela ideologia neoliberal e jornalistas da mídia burguesa, o mercado é apresentado ao distinto público como uma espécie de Deus Ex Machina, cujos mandamentos devem orientar rigorosamente as políticas econômicas dos governos. Mas os arautos deste ente todo poderoso, eleitos pelos monopólios dos meios de comunicação, cultivam uma atávica mania de amar os ricos e odiar os pobres.
Este sentimento transparece no comportamento diante da monumental fraude patrocinada pelos controladores das lojas Americanas, ícones da burguesia nacional e global. O eloquente silêncio do mercado foi percebido pelo presidente Lula, que tem um agudo faro classista, e diz muito sobre a subordinação dos “porta-vozes” autorizados do mercado e a mídia que lhes proporciona holofotes, mascarando interesses escusos, aos grandes capitalistas.
“Qualquer palavra que você fala na área social, corrigir o imposto de renda, aumentar o salário mínimo em alguns centavos, o mercado fica muito nervoso, fica irritado. Agora, quando estamos diante de um rombo de R$ 40 bilhões, o mercado fica em silêncio, não fala nada. Por que tanta bondade com os grandes e tanta desinteresse e mesquinhez com os pobres?”, indagou o presidente.
Lula afirmou que o rombo bilionário na varejista foi uma fraude. O presidente suspeita que Jorge Paulo Lemann, um dos acionistas de referência da companhia, pode ter levado as práticas contábeis encontradas para a Ambev e terá o mesmo destino de Eike Batista, empresário que chegou a ser preso por manipulação de mercado.
“Quando era pequeno, a gente aprendia: nada como um dia atrás do outro. Esse Lemann era vendido como suprassumo do empresário bem sucedido no planeta Terra. Era o cara que financiava jovens para estudar em Harvard e formar novo governo. Ele era o cara que falava contra corrupção todo dia e depois ele cometeu fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões”, criticou o presidente. “E agora me parece que está chegando na Ambev também. Ou seja, vai acontecer o que aconteceu com Eike Batista. As pessoas vendem ideias que eles não são.”
O fato revela o real caráter do que restou de burguesia nacional, a decadente classe dominante brasileira que esteve por trás do golpe de 2016, sob orientação dos EUA, respaldou o fascista Jair Bolsonaro e teve relevante participação nos dramáticos e bizarros acontecimento de 8 de janeiro, sobretudo no financiamento da desastrada empreitada golpista.
Assista abaixo o vídeo com o pronunciamento do Lula sobre a fraude nas Americanas