Por Adilson Araújo
A manutenção da taxa básica de juros em 13,75% é mais um prêmio para os banqueiros. A tragédia econômica e social, a carestia dos alimentos, o alto custo de vida já não comporta mais uma política de juros escorchante. Precisamos quebrar uma autonomia que foi destinada a uma banca tão somente para satisfazer o grande capital, o rentismo e os especuladores de plantão.
Será determinante para o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil uma nova rota cambial, fiscal e monetária. O povo não pode pagar o preço do álibi monetarista que só enxerga cifras. A questão social é emblemática, e foi exatamente esse quadro dramático, que aflige milhões de famílias brasileiras, que fez o povo derrotar o ultraliberalismo e sufragar o voto em um novo projeto de esperança.
O país não pode continuar com a maior taxa de juros reais do mundo. Isso é um grande contrassenso se comparado às medidas que muitos países vêm adotando de redução dos juros e oferta de crédito para estimular o consumo e indicar uma sinalização de crescimento econômico.
A manutenção dessa política é consideravelmente um entrave à economia e ao progresso social. Precisamos urgentemente indicar a redução dos juros, o controle da inflação e um ajuste no câmbio que promova a reindustrialização do país, fator estratégico para o desenvolvimento.
A decisão anota um ponto fora da curva. É a 4ª vez consecutiva que Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros brasileira em 13,75%. É chegada a hora de romper com as amarras do neoliberalismo e desatar o nó dessa política macroeconômica regressiva que tão mal faz à Nação e ao povo.
Adilson Araújo é o presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)