Em reunião com o secretário executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa, dirigentes do Fórum Nacional das Centrais Sindicais em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (FNCSSTT) apontaram o que consideram prioridades para reverter os retrocessos impostos ao sistema público de saúde pelo governo neofascista de Jair Bolsonaro. O farmacêutico Ronald Ferreira dos Santos representou a CTB no encontro, realizado quinta-feira (2) em Brasília.
Entre as prioridades apontadas pelos sindicalistas destaca-se o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Eles alertaram para a elevação dos índices de acidente de trabalho a partir do golpe de Estado de 2016, que levou o usurpador Michel Temer ao poder e foi caracterizado pela CTB como um golpe do capital contra o trabalho, coroado pela eleição do fascista Bolsonaro, que agravou sobremaneira o cenário para a classe trabalhadora.
Entre 2016 e 2021 foram registrados mais de 3,4 milhões de acidentes de trabalho com CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), sendo 12,9 mil com óbitos, o que significa uma notificação a cada 51 segundos e uma morte a cada 3h49, um reflexo do descaso do governo e dos patrões com a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras. Infelizmente neste ranking trágico o Brasil é um dos campeões.
Em contraposição ao que ocorreu ao longo dos últimos sete anos os representantes das centrais que compõem o Fórum querem que o governo Lula eleja a saúde e a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras como prioridade. Além da vida humana, do bem estar social saúde e da segurança, a prevenção de acidentes e doenças é fundamental também para a produção, o crescimento da economia, o avanço da produtividade do trabalho e a redução de desperdícios, prejuízos e despesas com saúde. Trabalhador acidentado sangra significa despesas extras para o SUS e o INSS (auxílio doença ou aposentadoria por invalidez).
Na memória da reunião, os sindicalistas salientam que “será realizado pelo Ministério da Saúde um diagnóstico da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, envolvendo toda estrutura do ministério e devolvido para o conhecimento do FNCSSTT. Esse mapeamento irá dialogar com os pontos levantados pelas Centrais. Em aproximadamente 30 dias será apresentado um projeto sobre Covid-Longa no Brasil.
Eles apontam a necessidade de abrir um diálogo do Fórum com os demais ministérios para transversalizar as ações de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Está em desenvolvimento por parte do MS a 4ª CNSG (Conferência Nacional de Saúde e Gestão). Enfatizaram também que será preciso unificar o sistema e a inserção/ articulação da vigilância e Atenção Primárias (UBS/APS).
O tema Saúde Mental está inserido entre as pautas prioritárias nas ações estipuladas pelo Ministério, que também retomou a Mesa de Negociação Nacional do SUS, exercitando o diálogo com trabalhadores do SUS, tendo a Saúde Mental e Vigilância como pontos centrais para ações prioritárias. Foi estabelecido um contato direto entre o FNCSSTT e a SEGEST/MS (Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, chefiada por Isabela Cardoso) para aprofundamentos de agenda e pautas.
Além do secretário executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa, participaram da reunião o dirigente nacional da CTB Ronald Ferreira dos Santos (CTB), Madalena Margarida da Silva (CUT), Eduardo Bonfim da Silva (DIESAT), Heleno Corrêa (Cebes, IWL e ABRASCO), Rene Mendes (Frente Ampla), Wilton Cardoso de Araújo (UGT), Willian Ferreira da Silva (Força Sindical), Bruno Guimarães e Isabela Cardoso (SEGEST/MS – Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde).