As entidades populares e partidos progressistas peruanos convocam para a próxima quinta-feira (15) uma marcha nacional contra a repressão, em defesa da soberania e pela antecipação das eleições gerais para 2023, informou o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), Gerónimo López.
A principal entidade representativa dos trabalhadores esteve reunida na manhã desta terça-feira (13) com a presidenta Dina Boluarte, empossada após o golpe frustrado de Pedro Castillo, quando expressou que ela não reúne as mínimas condições de continuar governando, que é considerada uma “usurpadora” e que ampliará a pressão nas ruas.
“Nossa marcha é em defesa do imediato fechamento do Congresso – dominado por fujimoristas e pela ultradireita que atentam contra a democracia e a soberania -, reivindica a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleições gerais em 2023 e a imediata libertação de Pedro Castillo. Ao mesmo tempo, rechaçamos a repressão da Polícia Nacional que já produziu oito mortos e inúmeros feridos”, acrescentou Gerónimo.
De acordo com o líder da CGTP, “mais do que nunca”, será fundamental “somar forças numa grande frente rumo à construção de um governo de transição, que represente os reais interesses dos peruanos”. Neste sentido, frisou, precisamos de uma nova Constituição, com regras claras que atendam prioritariamente ao povo e não ao estrangeiro, como vem sendo feito atualmente com os “Contratos-lei” impostos por Alberto Fujimori (1990-2000). Os chamados contratos cadeados, recordou, são tão absurdos que não podem ser modificados no Peru, país em que se encontram as abundantes riquezas, mas somente no estrangeiro, logicamente em prol das transnacionais.
“A ditadura que querem implantar é para continuar sangrando o país, se enriquecendo às custas da superexploração de setores estratégicos como o setor mineiro, levando o nosso ouro, a nossa prata, o nosso lítio e o nosso gás”, condenou.
Segundo Gerónimo, “toda a política de perseguição e detenção de dirigentes sociais e sindicais que vem sendo implementada precisa ser denunciada à Corte Interamericana de Direitos Humanos, que deve agir rápido, sob o risco de termos mais manifestantes assassinados”.
Fonte: Hora do Povo