Segundo a Pastoral da Terra, Raimundo Nonato Silva Oliveira já sofreu atentando no passado e precisou se refugiar em outro estado para sobreviver. Ele foi assassinado por homens encapuzados, em Araguatins (TO)
Raimundo Nonato Silva Oliveira, o homem morto a tiros na madrugada desta terça-feira (13) no estado de Tocantins, enquanto dormia com a namorada, era uma liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Segundo informações da Pastoral da Terra, já tinha sofrido um atentado.
Nonato era um líder ativo e conhecido na região de Araguatins, onde o crime aconteceu. De acordo com o agente de pastoral, Edmundo Rodrigues Costa, a vítima já foi baleada há cerca de 12 anos.
“Nesse período, enquanto liderava o acampamento Alto da Paz, na fazenda Santa Hilário, em Araguatins, ele sofreu várias ameaças. Na época, ele chegou a ser baleado no acampamento e foi tirado do estado para preservar a vida”, disse o agente.
MST exige justiça
Dias depois do atentado contra o líder, um trabalhador foi assassinado no local. “Esse acampamento não existe mais, porém foi palco de muitos conflitos”.
Não há informações se Raimundo Nonato estava atuando em algum acampamento antes de ser assassinado.
Em nota divulgada nas redes sociais, o MST pediu justiça e disse que “Cacheado foi um militante valoroso, contribuindo em toda sua vida para a organização das famílias Sem Terra. Sua luta será lembrada e sua história alimentará a luta do MST por Reforma Agrária.”
A equipe da 11ª Delegacia de Polícia de Araguatins informou que está investigando o caso e está na fase de levantamento das informações. Até a publicação desta reportagem não havia informação da prisão de suspeitos.
O assassinato
Raimundo Nonato, mais conhecido como Cacheado, foi assassinado a tiros enquanto dormia com a namorada, em uma casa no bairro Vila Cidinha, em Araguatins, na madrugada desta terça-feira. Ele era natural de Barra do Corda-Maranhão.
A mulher relatou para a Polícia Militar, que os dois estavam na cama, quando por volta de 1h da madrugada, três homens arrebentaram a porta da frente da casa, entraram no quarto e fizeram vários disparos de arma de fogo. O grupo estava encapuzado.
Nonato não resistiu e morreu no local. A testemunha não soube informar precisamente quantos disparos foram feitos contra a vítima e nem os motivos que levaram a vítima a ser morta, mas lideranças rurais estão convencidas de que foi mais uma vítima dos latifundiários que comandam o chamado agronegócio. Resta esperar e exigir que o crime seja apurado e punido.
Com informações do g1 Tocantins
Foto: arquivo pessoal