Por Altamiro Borges
O site O Antagonista, identificado com o lavajatismo, especula que a deputada federal Carla Zambelli (PL) poderá ser presa por sacar e apontar arma contra um homem negro desarmado no bairro nobre dos Jardins, na capital paulista. Ela foi levada para a delegacia da Polícia Civil na noite deste sábado (29). “A corporação ainda não informou se ela será presa por porte de arma na véspera das eleições”.
Já a jornalista Mônica Bergamo revela no site UOL que o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que seja investigada a conduta da pistoleira bolsonarista. A investigação é pela possível prática de crime eleitoral estabelecido pela resolução do TSE nº 23.669, de 2021, que proíbe o porte de arma, além da tentativa de tumultuar as eleições.
“No vídeo analisado, é possível notar que Carla Zambelli está envolvida em uma discussão e sai em perseguição a uma pessoa. Em certo momento, retira de sua cintura uma arma, aparentemente uma pistola, e vai em direção a um bar/restaurante, lotado de populares, sempre com uma arma em mãos, apontada para pessoas… De acordo com as imagens, é possível escutar, claramente, disparo de arma de fogo, no tempo 34 segundos”, informa o relatório do TSE que solicita a abertura da investigação.
Reclusão de dois a quatro anos
Quem também pede a imediata prisão da fascista é o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas. Segundo informa o jornalista Ivan Longo, na revista Fórum, o coletivo jurídico já decidiu acionar a Justiça para que a parlamentar seja exemplarmente punida por crime eleitoral. “Vamos pedir a prisão da deputada Carla Zambelli. O TSE proibiu a partir de 24 horas antes da eleição o porte de arma, o que é crime eleitoral punível, inclusive, com prisão”, explicou.
O advogado ainda acrescentou que além de ser enquadrada pela Justiça Eleitoral, ela poderá ter que responder por violar o artigo 15 da Lei nº 10.826, que prevê reclusão de dois a quatro anos para quem “disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime”.
Partidos pedem cassação da bolsonarista
Em outro terreno, vários partidos já anunciaram que pedirão a cassação da pistoleira. “A bancada do PSOL vai levar Carla Zambelli ao Conselho de Ética. É intolerável que uma parlamentar coloque as pessoas em risco com arma em punho na rua. As imagens desmentem a alegação dela que teria sido agredida. Não podemos aceitar o ódio e a violência política do bolsonarismo!”, tuitou o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
Já a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) postou: “Pedirei a cassação de Carla Zambelli pelo crime cometido neste sábado, onde ela, armada, perseguiu um homem pelas ruas. É esse Brasil que vamos sepultar amanhã”. Da mesma sigla, Tabata Amaral tuitou: “Estou entrando com pedido de cassação contra Carla Zambelli. Não vamos admitir que bolsonaristas ameacem à mão armada nossos eleitores, nossa eleição, nossa democracia. Responderemos nas urnas, no Conselho de Ética e na Justiça”.
Segundo a Folha, “PT e Rede Sustentabilidade também anunciaram que irão representar, na segunda-feira (31), contra Zambelli no Conselho de Ética da Câmara Federal. O senador Randolfe Rodrigues, líder da Rede no Congresso Nacional, disse que a atitude da parlamentar é inadmissível. ‘Uma congressista ameaçar um opositor político com um revólver é mais um símbolo do autoritarismo e da violência que o atual governo representa. Não pode ficar impune’”.
A sensação de impunidade da criminosa
Todas essas ações, porém, parecem não incomodar a atual queridinha do presidente da República. Ela não teme ter o mesmo destino do “bandido” Roberto Jefferson, que disparou 50 tiros de fuzil e lançou três granadas contra agentes da Polícia Federal, ferindo dois, e foi abandonado pelo “capetão”.
Logo após o seu ato terrorista pelas ruas dos Jardins, Carla Zambelli afirmou em entrevista, na maior arrogância, que “ignorou” as normas do TSE sobre armas na véspera da eleição. “Eu sou legisladora. Ordens ilegais não se cumprem. Conscientemente estava ignorando a resolução e continuarei ignorando a resolução do Alexandre de Moraes”, afirmou a criminosa apostando na sua total impunidade.