O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), informou que se reunirá com o Ministério Público Eleitoral (MPE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) para discutir uma linha de atuação contra o assédio eleitoral, situação em que o patrão coage o empregado a votar em Jair Bolsonaro, ameaçando de demissão quem deseja votar em Lula.
Moraes não deu a data de quando a reunião será conduzida, mas disse que o TSE acompanhará os trabalhos. O ministro relatou que, em conversas com os 27 comandantes das Polícias Militares, o tribunal foi informado até de caso de empregador que queria comprar o título de eleitor do funcionário para impedi-lo de votar.
“Isso é crime comum, é crime eleitoral e vai ser combatido como já vem sendo combatido, principalmente pelo Ministério Público do Trabalho. Essa atuação será mais efetiva, mais rápida, porque não é possível que, em pleno século XXI, se pretenda coagir o empregado em relação ao seu voto”, enfatizou Alexandre de Moraes.
Numa ação coordenada com as centrais sindicais, o MPT está investigando e denunciando as ocorrências de assédio eleitoral, que aparentemente estão em crescimento na campanha para o segundo turno do pleito presidencial.
Até a manhã desta quinta-feira (13) o MPT recebeu 212 notícias de fato —uma espécie de boletim de ocorrência— de episódios envolvendo assédio eleitoral em todo o Brasil. O levantamento indica que a região Sul, onde o bolsonarismo é mais forte, lidera com folga o número de denúncias: foram 103 casos, sendo 42 deles no Paraná, 31 em Santa Catarina e 30 no Rio Grande do Sul. Na sequência vem a região Sudeste (43), Nordeste (31), Norte (18) e Centro-Oeste (17).
O patronato bolsonarista teme a eleição de Lula porque o líder petista está comprometido com a defesa da Pauta da Classe Trabalhadora e promete resgatar a política de valorização do salário mínimo, rever a reforma trabalhista, garantir direitos para quem trabalha nas plataformas, isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, proteger e fortalecer as empresas públicas, valorizar os serviços públicos, os servidores, aposentados, pensionistas e promover uma política econômica orientada para o desenvolvimento nacional com melhor distribuição da renda e a redução substancial do desemprego. Jair Bolsonaro tem a preferência do patronato porque promete acabar com os direitos trabalhistas e arrochar os salários.