Um dos temas centrais da campanha em curso para a Presidência é o salário mínimo. O atual governante corre deste debate como o diabo da cruz, pois foi e é um algoz da classe trabalhadora. Ele não só acabou com a política de valorização do salário mínimo como reduziu o valor real do piso nacional, instituindo reajustes abaixo da inflação, razão pela qual o mínimo está hoje tão baixo.
Percebe-se isto quando se leva em conta o valor que seria necessário para garantir à família do assalariado uma vida modestamente decente, definido na Constituição Brasileira. Conforme cálculos do Dieese em setembro este valor, que o órgão caracteriza de salário mínimo necessário, ficou em R$ 6.306,97, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Arrochado, o piso atual não cobre sequer as necessidades elementares do trabalhador e sua família, pois adquire não muito mais que uma cesta básica. Em setembro de 2022, o preço da cesta básica na cidade de São Paulo, hoje a mais cara do país, subiu a R$ 750,74, conforme o Dieese. Na comparação com setembro de 2021, aumentou 11,48%.
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador que ganha o piso precisou comprometer, em setembro, 66,96% da remuneração para adquirir a cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Já em agosto, o percentual comprometido foi de 66,88% e, em setembro de 2021, ficou em 66,19%.
Além da alimentação, as famílias assalariadas têm de cobrir despesas com aluguel, transporte, vestuário, saúde e educação, entre outras coisas básicas. A sobrevivência torna-se uma arte complexa e dolorosa para a classe trabalhadora situada nesta faixa de renda.
A política de valorização do salário mínimo instituída pelo governo Lula promoveu um aumento real do piso (além da inflação) superior a 70%. O efeito cascata sobre as demais faixas salariais foram fortes, os salários subiram e o conjunto da classe trabalhadora foi beneficiada pela política do ex-presidente, que deixou de ser aplicada pelo governo Temer e acabou sob Bolsonaro.
Não só os trabalhadores, mas o conjunto da sociedade brasileira lucrou com a valorização dos salários e do trabalho. O consumo do povo trabalhador aumentou sensivelmente, fortalecendo o mercado interno e estimulando o crescimento da economia e o desenvolvimento nacional.
Lula prometeu reestabelecer a política de valorização do salário mínimo, além de revisar a reforma trabalhista que subtraiu direitos e aprofundou a precarização das relações de produção. Essas são razões fortes para receber o voto da classe trabalhadora em 30 de outubro.
Charge: Cabral