Na reta final para o 1º turno das eleições de 2022, o Portal CTB dá continuidade à publicação de uma série de entrevistas com candidatos e candidatas apoiados pela militância da Central ligados ao sindicalismo classista e à defesa da classe trabalhadora.
Em nossa décima terceira entrevista, conversamos com o bancário Cesar Valduga, candidato a deputado estadual pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em Santa Catarina (SC). Leia a íntegra abaixo:
Portal CTB — Por favor, conte-nos um pouco sobre as principais propostas e projetos de sua candidatura e sobre sua trajetória política.
Cesar Valduga: Nasci em Campos Novos (SC) em 1961. Meu pai era músico e sapateiro e minha mãe, dona de casa. Comecei a trabalhar muito cedo, meu primeiro emprego foi numa loja de ferragens. Sou bancário. Me mudei para Chapecó em 1991. Sou casado com Margarida, companheira de vida e de luta. Tenho três filhos, Natália, Felipe e Vinícius, e um netinho, Miguel Valduga.
Me elegi vereador em Chapecó pela primeira vez no ano de 2004. Fui o candidato mais votado, com 3.115 votos. Em 2012, novamente fui o vereador mais votado da história de Chapecó: 3.502 eleitores me escolheram.
Dois anos depois, em 2014, achei que era o momento de lutar pela melhoria da vida de todos os catarinenses e concorrer a um espaço na Assembleia Legislativa. O voto de mais de 18 mil pessoas me levou a Deputado Estadual. Por conta do meu trabalho, fui reconhecido pela Alesc como o deputado mais atuante do mandato (2015-2018). Apresentei projetos que se tornaram leis no estado e melhoraram as condições de vida de todos catarinenses. Voltei à Câmara de Vereadores de Chapecó em 2020. Trabalho dia e noite pelos meus amigos chapecoenses, mas perco o sono sabendo que o estado inteiro precisa e deve melhorar.
As minhas propostas têm como objetivo defender o fortalecimento do SUS e a ampliação das UPAS, também vou lutar pela interiorização dos centros de especialidades médicas e pela promoção de programas de saúde preventiva e terapias integrativas pelo SUS.
Portal CTB — Para você, qual a importância dos trabalhadores e das trabalhadoras ocuparem as Casas Legislativas?
Valduga: Fui deputado estadual entre 2015 e 2018, eleito com mais de 18 mil votos. A Alesc me reconheceu como o deputado mais atuante do mandato. Apresentei 105 Projetos de Lei, encaminhei R$ 5,7 milhões em emendas para saúde, educação, infraestrutura, agricultura e R$ 3,9 milhões em proposições ao fundo social para 25 municípios catarinenses. Essa caminhada me motiva muito pelo que já fizemos. Eu legislei para todos e todas. Deixamos uma marca importante na luta pelo respeito às mulheres, à agricultura familiar, aos servidores públicos. Contribuímos para tornar os recursos públicos mais eficientes. Estou disposto a atuar novamente como fiscalizador e legislador pelas causas importantes para nosso estado.
Portal CTB — Vivemos um momento político conturbado, de profunda crise econômica e social. Quais serão os desafios dos deputados e deputadas representantes da classe trabalhadora neste próximo período?
Valduga: Houve uma mudança muito grande, muitos se arrependeram do voto dado à direita e extrema-direita. Os jovens estão cada vez mais politizados e muitos foram atrás do título para votar pela primeira vez porque suas famílias foram atingidas diretamente pelas ações de Bolsonaro. A população está atenta e percebeu que, com ele, não deu certo. A democracia brasileira está prestes a colapsar. As instituições democráticas estão desacreditadas e isso fragiliza nossa imagem perante os investidores e os organismos internacionais. Se não houver uma rápida mudança de direção, será um desastre para o Brasil. Questionar a legitimidade das urnas eletrônicas é algo muito sério. O negacionismo de Bolsonaro a partir da pandemia gerou um grande problema para a saúde pública, ao desacreditar na ciência e nas vacinas. Ele não tem diplomacia, não aceita críticas, é imaturo, não respeita as mulheres, descuidou da questão ambiental. Um verdadeiro caos.
Portal CTB — Fique à vontade para fazer outras observações, se desejar.
Valduga: Entrei na política para defender os direitos do povo. Há quarenta anos luto pelos trabalhadores. Nos anos 90, participei da criação do Comitê de Combate à Fome em Chapecó e do Programa Oficina Educativa Verde Vida, um lindo e premiado projeto socioeducativo e ambiental voltado a crianças e adolescentes. Não vou descansar enquanto existir fome, desemprego e injustiças em nosso estado. Precisamos dar educação de qualidade aos nossos jovens, ofertar serviços de saúde ágeis e emprego digno a todos os catarinenses.