Por Nivaldo Santana*
Pesquisa feita pelo Datafolha entre os dias 13 e 15 de setembro aponta que 69% dos eleitores ainda não definiram o voto para deputado. Entre os 31% que decidiram, menos da metade (14%) votam na chamada chapa completa da mesma coligação.
Esses dados não chegam a surpreender. Em eleições gerais como a deste ano, o eleitor prioriza a definição nos candidatos majoritários (presidente, governador e senador) e só depois define sua opção para deputado.
Não é uma escolha simples. Dados do Tribunal Superior Eleitoral indicam que nada menos do que 10.456 candidatos disputam as 513 vagas para a Câmara Federal. Para o eleitor médio, que não acompanha a vida política, é uma tarefa complexa.
Os números dos três maiores colégios eleitorais do país mostram a dificuldade da definição do voto. Em São Paulo há 1.522 candidatos para 70 vagas, em Minas, 1092 nomes para 53 vagas e no Rio 1068 para 46 vagas.
Como a pesquisa foi feita uma quinzena antes das eleições, fica claro que a reta final é que decidirá a sorte dos candidatos. Vale a comparação com a música de Milton Nascimento: “se muito vale o já feito, mais vale o que será”.
É nesta hora o momento do tensionamento total. Multiplicação de reuniões e eventos de rua, intensificação da campanha nas redes sociais, remessa de material pelo correio, farta distribuição de santinhos com o número do candidato e por aí vai.
Esse volume de atividades não pode ficar concentrado só nas mãos dos candidatos. O material mais valioso de uma campanha eleitoral é a mobilização de uma extensa rede de quadros, militantes, amigos e parentes empenhados na busca do voto.
Por analogia, pode-se dizer que eleição se assemelha a uma maratona, corrida de longo percurso em que se sai vencedor quem tiver fôlego para a reta final. Com exceção de poucas celebridades, a maioria depende deste sprint final para vencer.
No caso das candidaturas que apoiam a chapa Lula/Alckmin, há um fator relevante que deve impulsionar a campanha na reta final. A onda progressista que avança no país cria condições mais favoráveis para conquistar corações e mentes para o voto.
Para aproveitar essa onda, a tarefa essencial para estes últimos dias de campanha é amarrar voto, conquistar a vitória e, a partir dela, contribuir para a grande obra de reconstrução e transformação nacional liderada pelo presidente Lula.
*Nivaldo Santana é Secretário de Relações Internacionais da CTB e Secretário Sindical Nacional do PCdoB. Foi deputado estadual em São Paulo por três mandatos (1995-2007)
Originalmente publicado no Portal Vermelho