Na última quinta-feira (8), o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários em Empresas de Transportes Coletivos de Passageiros de Belém (SINTREBEL) e o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM) fizeram uma paralisação em Belém e Ananindeua, no Pará, para reivindicar que as empresas de transporte paguem integralmente o reajuste salarial de 12% previsto em acordo coletivo.
A paralisação começou nas primeiras horas da madrugada, com atos nas portas das garagens e parada de 100% da frota da região metropolitana. Em seguida, os trabalhadores rodoviários organizaram atos em pontos-chave dos municípios.
Repressão policial
Durante uma das manifestações, realizada em um entroncamento da BR-316 em Belém, um dirigente sindical foi agredido por policiais militares. Ele foi levado para uma delegacia, mas não permaneceu detido.
Em nota oficial, a CTB Pará condenou a atitude violenta da Polícia Militar: “A CTB-PA repudia veementemente a postura da polícia militar em agredir e prender trabalhadores grevistas em luta por seus direitos. Exigimos do governo do Pará a imediata apuração dos fatos e a punição dos responsáveis”.
Empresas descumprem acordo coletivo
A data-base da categoria venceu em maio, quando um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com mediação da Justiça do Trabalho e presença do Ministério Público (MP) e de representantes do setor patronal garantiu reajuste salarial de 12%. Deste percentual, 5% começaram a ser pagos a partir do dia 1º de maio. Já os 7% restantes, condicionados a desoneração do ICMS e da taxa de gerenciamento municipal, ainda não foram pagos.
O acordo foi conquistado pelos rodoviários após sua última greve, ocorrida em abril. “Pedimos que a Justiça do Trabalho e o Ministério Público façam cumprir o que foi acordado”, declara Ewerton Paixão, presidente do SINTREBEL.
Huelen Ferreira, presidente do SINTRAM, afirma que as empresas de transporte têm sido intransigentes com os trabalhadores. “Vamos acionar os municípios e empresas para garantir o pagamento. O trabalhador não pode ficar com esse prejuízo, pois o reajuste já foi conquistado”, defende.
Ewerton é categórico: “Caso as demandas dos trabalhadores não sejam atendidas, organizaremos novos protestos e paralisações”.
CTB marca presença
“A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) esteve presente nas atividades e greves da campanha salarial em maio e agora se soma e solidariza com a paralisação dos rodoviários lideradas pelo SINTREBEL e SINTRAM, nossos sindicatos filiados, para garantir o cumprimento dos 12% de reajuste salarial. A patronal e os governos devem cumprir o negociado!”, reforça Cleber Rezende, presidente da CTB Pará.