Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última quarta-feira (31), os trabalhadores dos Correios aprovaram na íntegra proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) mediada pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra entre a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) e a estatal.
O novo acordo foi homologado pelo Tribunal na quinta-feira (1). Seus principais pontos são a reposição de 100% da inflação do período no salário e nos benefícios econômicos, como vale-alimentação (VA) e vale-refeição (VR); manutenção do adicional de 15% para o trabalho aos sábados; pagamento dos PLRs (Participação nos Lucros e Resultados) de 2021 e 2022 e fornecimento dos tickets durante as férias — este último reconquistado das perdas impostas nos últimos dois acordos.
“No Acordo Coletivo da Campanha Salarial 2022/2023, a direção dos Correios, indicada pelo governo Bolsonaro, teve uma postura de não-negociação”, comenta Marcos Sant’aguida, presidente do SINTECT do Rio de Janeiro, sobre a postura da empresa no início das negociações, o que colaborou para que os trabalhadores optassem pela mediação do TST.
“Foi um avanço em comparação à situação do país. Em 2020, o governo havia retirado 59 cláusulas de um acordo prévio”, afirma Diviza, presidente do SINTECT de São Paulo, sobre os resultados das negociações, que duraram dois meses em uma conjuntura de ataques diretos ao caráter público dos Correios por parte do governo federal.
“Foi um grande ganho, em comparação à proposta inicial e às tentativas de privatização”, comenta. Inicialmente, a direção dos Correios havia proposto meros 2% de reajuste salarial — sendo que o acumulado da inflação em 12 meses é de 11,73%, segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Sant’aguida faz uma avaliação parecida: “Nós avançamos o máximo possível por meio da nossa mobilização e a categoria saiu satisfeita. Comparada à proposta inicial dos Correios, a mediação pelo TST permitiu que a negociação fosse vitoriosa para os trabalhadores.”
“A categoria ficou bastante satisfeita, considerando o aumento dos custos de vida”, conclui.
Com informações da FINDECT e do SINTECT-SP