No dia 15 de agosto, aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo (SP) o lançamento do projeto “Brasil em 200 nomes”, organizado pelas centrais sindicais CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB, que apresentou uma seleção de 200 nomes de personalidades que tiveram impacto positivo na vida dos trabalhadores desde 1822.
Por ocasião do Bicentenário da Independência, a seleção constituiu um panorama dos últimos 200 anos, partindo das lutas pela Independência, pela República e pela abolição, passando pelo modernismo, pelo trabalhismo dos anos 1930, pelas primeiras lutas sindicais e políticas, pela resistência à ditadura militar, pela redemocratização e pela construção das centrais sindicais e indo até os dias atuais. Entre os nomes reunidos, estão o de juristas, sindicalistas, artistas, religiosos, jornalistas, jogadores de futebol, políticos e militares.
Ronaldo Leite, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), representou a CTB no ato. Em sua fala, ele reforçou o papel do movimento sindical na construção do Brasil e relembrou as mazelas decorrentes da crise econômica, que têm atingido sobretudo a classe trabalhadora:
“O Brasil é uma nação em construção e a CTB busca participar deste processo orientada pelas perspectivas e pela luta da classe que representa, a classe trabalhadora — que, apesar de produzir a riqueza nacional, não tem uma retribuição correspondente ao valor que agrega e está sujeita às intempéries do desemprego, do subemprego, dos baixos salários, da precarização e da fome, que castiga hoje mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras”, afirmou.
Leite também reforçou as bandeiras de luta da CTB: “Sonhamos com uma sociedade em que a força de trabalho e o salário mínimo sejam valorizados, o direito ao emprego seja garantido, a jornada de trabalho reduzida, em que o racismo seja punido, o machismo, a homofobia e os preconceitos combatidos e os indígenas protegidos.”
“Lutamos por um novo projeto nacional de desenvolvimento, fundado na democracia, na soberania, na valorização do trabalho e orientado rumo ao socialismo”, concluiu.
O evento contou também com palestras, com a leitura dos 200 nomes homenageados e com uma apresentação da Corporação Musical Operária da Lapa — oficialmente fundada em 1914, mas cuja origem remonta a 1881.
Desde o lançamento, o projeto está disponível no site do Centro de Memória Sindical, que hospeda a lista, o material “Brasil em 200 obras”, além de artigos e uma linha do tempo das lutas dos trabalhadores.