Mais de 100 entidades são signatárias do documento publicado nesta quinta-feira (4) nos jornais de maior circulação do país.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou, nesta quinta-feira (4), nos jornais de maior circulação no país manifesto a favor da democracia e agendou ato de lançamento para 11 de agosto, na Universidade de São Paulo. Em reação, Bolsonaro desmarcou a participação dele no encontro com candidatos da Fiesp, que era previsto para a mesma data.
Nos últimos dias, havia recebido ampla adesão o documento encabeçado pela Fiesp, entidade presidida por Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, José Alencar, morto em 2011. O manifesto já reuniu o apoio de mais de 100 entidades, desde associações empresariais até as centrais sindicais, incluindo universidades e organizações internacionais presentes no Brasil.
No texto, que faz referência ao Bicentenário da Independência do Brasil e aos 100 anos da Semana da Arte Moderna, as entidades signatárias defendem que a estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios. Sem mencionar o nome do presidente, elas reforçam que esse é o sentido maior do 7 de setembro neste ano, data para a qual Bolsonaro agendou um ato no Rio de Janeiro com seus apoiadores.
O texto reforça ainda o papel da democracia na economia brasileira: “Nossa democracia tem dado provas seguidas de robustez. Em menos de quatro décadas, enfrentou crises profundas, tanto econômicas, com períodos de recessão e hiperinflação, quanto políticas, superando essas mazelas pela força das nossas instituições”. No documento, as entidades afirmam que “é importante que os Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário – promovam, de forma independente e harmônica, as mudanças essenciais para o desenvolvimento do Brasil”. E enfatizam, especialmente, o papel do STF e do TSE, que vem alvo de ataques por Bolsonaro.
“As entidades da sociedade civil e os cidadãos que subscrevem este ato destacam o papel do Judiciário brasileiro, em especial do STF, guardião último da Constituição, e do Tribunal Superior Eleitoral, que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente, e de todos os magistrados, reconhecendo o seu inestimável papel, ao longo da nossa história, como poder pacificador de desacordos e instância de proteção dos direitos fundamentais”, ressaltam.
União do Brasil
No manifesto, a Fiesp e demais signatários fazem também um apelo à união do país: “Queremos um país próspero, justo e solidário, guiado pelos princípios republicanos expressos na Constituição, à qual todos nos curvamos, confiantes na vontade superior da democracia. Ela se fortalece com união, reformando o que exige de reparos, não destruindo, somando as esperanças por um Brasil altivo e pacífico, não as subtraindo com slogans e divisionismos que ameaçam a paz e o desenvolvimento almejados”.
Fonte: Vermelho