A luta em defesa da democracia e da Justiça Eleitoral e contra a violência política nestas eleições será o foco de ato a ser realizado no Rio de Janeiro, no dia 1º de agosto, às 19h, com representação de ao menos 11 partidos políticos. O evento, organizado pelo movimento Direitos Já, é uma reação à escalada golpista de Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, que seguem atacando o sistema eleitoral e instituições brasileiras, como o TSE e o STF.
Dentre os partidos que já confirmaram presença estão o PCdoB, os presidentes do PT, Gleisi Hoffmann; do PSB, Carlos Siqueira; do PV, José Luiz Penna; do Cidadania, Roberto Freire; do PSOL, Juliano Medeiros e do PSDB, Bruno Araújo; o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes, do PSD, além de lideranças da Rede Sustentabilidade, do Avante e do Podemos.
“O movimento Direitos Já reafirma sua relevância desde o nascimento nessa luta em defesa da democracia. O ato se supera em termos de protagonismo nesta hora em que abertamente Bolsonaro questiona a legitimidade do pleito, atenta contra a Justiça Eleitoral, inclusive contra a Constituição Federal”, explica Walter Sorrentino, vice-presidente do PCdoB, ao Portal Vermelho.
O dirigente destaca como fato muito importante neste evento a adesão de representantes de 11 partidos políticos. “Eles falam por suas bancadas em defesa das urnas e contra a marcha golpista do presidente e a escalada da violência na campanha. O evento do Direitos Já será mais um grito de alerta da sociedade civil pela esperança e contra o medo”.
Ao jornal O Globo, Fernando Guimarães, coordenador-geral do Direitos Já, declarou que o ato “será o registro histórico e a vocalização de que a sociedade brasileira e os partidos do campo democrático confiam plenamente na Justiça Eleitoral, hoje questionada por um grupo antidemocrático que quer incitar a dúvida e instrumentalizar a violência às vésperas da eleição”.
O evento, intitulado “IX Ato Direitos Já – Em Defesa da Justiça Eleitoral e da Não Violência”, acontece no auditório do Clube de Engenharia do Rio e será restrito a convidados, com transmissão pelas redes sociais, entre as quais as do Direitos Já, do Portal Vermelho e do PCdoB.
Manifestos pela democracia
Diversas entidades, instituições, partidos políticos, lideranças de vários setores sociais, artistas e intelectuais de diferentes posições ideológicas têm se manifestado em defesa da democracia e do sistema eleitoral e contra a violência política no último período.
Há poucos dias, em reunião com embaixadores e em outras aparições públicas, Bolsonaro tem elevado o tom golpista, de questionamento à lisura das urnas, indicando que poderá não aceitar o resultado eleitoral no caso de uma derrota.
Ao mesmo tempo, o aumento da violência política — cujo caso mais grave e recente foi o assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho — acendeu o alerta para o agravamento das tensões geradas pelo discurso de incentivo ao ódio do presidente e de seus apoiadores.
Outro movimento recente importante é a articulação de dois manifestos. Um deles — a nova “Carta aos Brasileiros”, em alusão a documento de 1977 — nasceu da iniciativa de ex-alunos da instituição e teve a adesão inclusive de expoentes do mundo empresarial e do setor financeiro.
Além deste, há um segundo manifesto encabeçado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com o apoio de entidades empresariais. Ambos devem ser lidos no dia 11 de agosto na Faculdade de Direito da USP: o das entidades, às 10h, no Salão Nobre da instituição; já a carta será lida às 11h30, no pátio da faculdade.
Por Priscila Lobregatte, no Vermelho