Aloísio Morais
O publicitário mineiro Marcos Valério frustrou os bolsonaristas ao informar à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados que não irá à audiência marcada para a próxima semana para falar sobre supostas ligações da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) com o PT. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) protocolou na segunda-feira, 4, um requerimento para convidar Valério para falar na comissão de Segurança e seu depoimento chegou a ser marcado para a próxima quinta-feira, dia 14.
Valério cumpre atualmente prisão domiciliar em Minas Gerais após ser condenado a 37 anos de prisão devido ao caso do “mensalão”. Em depoimento à Polícia Federal, ele afirmou que administrou um caixa secreto de R$ 100 milhões para o PT e que o partido tinha vínculos com o PCC, o que é negado pelos petistas.
As denúncias de Valério vieram à tona na semana passada, quando a revista Veja publicou trechos de sua delação para a Polícia Federal. Ele diz que o PT tem ligações com o PCC e afirmou que foi ameaçado para não revelar detalhes sobre o esquema de corrupção que operava. Em nota, a direção do PT rebate as falas de Valério e diz que a delação divulgada pela revista Veja é “mentirosa” e trata-se de “manipulação política” e afirmou que tomará medidas judiciais contra a publicação.
“A revista começa mentindo ao afirmar que a delação foi ‘homologada por Celso de Melo’, numa tentativa de conferir credibilidade ao depoimento de alguém que buscava benefícios penais em troca de acusações sem provas. Em setembro de 2018, Celso de Melo, repita-se, homologou apenas parcialmente trechos da delação que, de acordo com o que foi divulgado na ocasião, diziam respeito a supostos fatos que não eram objeto de ações penais já em curso”, afirmou o PT.