Com o mercado de trabalho fechado, sem abertura de vagas formais, os brasileiros se viram como podem para colocar comida na mesa. O número de trabalhadores informais disparou desde a aprovação da reforma trabalhista, em 2017, e agora, com a necropolítica do governo Bolsonaro, atinge o maior nível – 38,7 milhões.
São pessoas que fazem de tudo para levar um trocado para a casa e garantir o alimento do dia. Estão nas sinaleiras vendendo kits de brigadeiro, bala, água, pano de chão; nas ruas com carrinho de frutas e legumes e até em grandes empresas. Todos sem direito algum.
O número é maior do que o de trabalhadores com carteira assinada, hoje em 35,247 milhões. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra ainda que 26 milhões de pessoas estão subutilizadas, ou seja, trabalham menos do que gostariam. Outras 4,451 milhões estão no grupo dos desalentos – aqueles que tentaram por um longo período uma colocação no mercado, não conseguiram e, sem perspectivas, desistiram de procurar.
A disparada do número de trabalhadores que fazem “bico”, de pessoas subutilizadas e de que desistiram de procurar trabalho ajuda a explicar a redução do desemprego no país. A taxa fechou o trimestre encerrado em abril em 10,5% (cerca de 11,349 milhões de pessoas). Mas, o mercado de trabalho formal segue fechado. Sem abrir postos.
Rendimento encolhe
Com a inflação descontrolada, os preços dos produtos básicos subindo quase que semanalmente e o custo de vida lá em cima, o rendimento médio dos trabalhadores ocupados encolhe. A estimativa foi de R$ R$ 2.569,00 no trimestre encerrado em abril, queda de 7,9% na comparação com o mesmo período de 2021.