O brasileiro sente os prejuízos do golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016 diariamente. O caos econômico e social é visível no país desde então, mas foi aprofundado pelo governo Bolsonaro. Boletim do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) deixa claro.
“O país está à deriva e a única ação executada pelo governo é entregar o que o dinheiro estrangeiro quer comprar: das riquezas minerais aos produtos agrícolas de exportação; de empresas de saneamento básico e distribuição de eletricidade a ações de empresas e títulos da dívida pública”.
O documento reforça que a hegemonia neoliberal no país, “acelerada com golpe e fúria após 2016″, mostrou “incompatibilidade entre gerir a economia pela lógica do arrocho fiscal, monetário e de salários e alcançar níveis de crescimento econômico que permitam reduzir o desemprego, a miséria e a exclusão”.
O Dieese afirma que a inflação crescente “é um dos aspectos mais devastadores para as condições de vida da classe trabalhadora”. Prova disso é o IPCA, indicador oficial da inflação, que soma 12,13% em 12 meses.
Os resultados das negociações coletivas também foram afetados. No primeiro trimestre, 40% dos acordos e convenções coletivas tiveram reajuste abaixo da inflação. Por conta do índice galopante, o valor médio dos pisos foi de R$ 1.387,82 no mesmo período. Quantia só 14,5% maior do que o salário mínimo oficial (R$ 1.212).