Por Iram Alfaia
Antes de um ato em frente ao Congresso, os trabalhadores estiveram concentrados desde 9h no Espaço do Servidor, entre os blocos C e D, da Esplanada dos Ministérios. Ainda nesta terça, eles participam de outra manifestação no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.
O coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), David Lobão, lembrou que a greve já está sendo construída no ensino básico federal e tecnológico em 11 institutos federais de educação. Além disso, todos os demais servidores estão sendo chamados a se mobilizarem.
“Desde dia 18 de janeiro a gente encaminhou a pauta de reivindicação e a solicitação de reajuste emergencial dos salários. Pedimos que o governo abra uma mesa de negociação, mas até hoje o governo não respondeu o nosso ofício e nem fez qualquer direcionamento em abrir uma mesa de negociação. Nós fizemos em fevereiro uma vigília na porta do Ministério da Economia para ser recebido, mas o governo nunca negociou conosco”, disse David lobão ao Portal Vermelho.
De acordo com ele, o governo Bolsonaro tem tratado o sindicato dos trabalhadores sem nenhuma consideração e respeito. O exemplo disso é o “boato” de que prepara projeto de lei para dar um reajuste de 5% para algumas categorias. “Não podemos aceitar isso pacificamente, por isso, o Sinasefe deliberou greve no mês de junho para todo o Brasil”, protestou o sindicalista.
Sobre o corte de quase R$ 14 bilhões no orçamento para fornecer o reajuste, que vai atingir as áreas de Educação, Saúde e Ciência e Tecnologia, Lobão diz que isso é uma forma de fazer chantagem com os servidores. “Ele não cortou nada do pagamento da dívida pública e no orçamento secreto do Congresso. Não dá para confiar neste governo, quando ele diz isso é pra jogar pra grande imprensa que dá reajuste para os servidores e cortar políticas públicas. É mentira!”, reagiu.
Com base nos dados da Auditória da Dívida Pública, o coordenador do Sinasefe diz que o governo tem R$ 5 trilhões nos cofres que poderiam ser usados nos reajustes sem mexer com o orçamento da educação, saúde e ciência e tecnologia. “Vamos mexer no pagamento da dívida pública, no orçamento secreto e naquilo que não atinge os trabalhadores”, cobrou.
Apoio
Os estudantes também participaram da marcha em apoio aos servidores. O vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) no DF, Rafael Lucas de Souza Ribeiro, disse que os estudantes sempre estiveram ao lado dos trabalhadores. “O movimento estudantil junto com os trabalhadores foi responsável pela redemocratização do Brasil”, lembrou.
De acordo com ele, o Brasil vive um sistema capitalista que prioriza o lucro dos grandes empregadores. “Não é um sistema que prioriza a educação, o serviço público e nem o povo. Então, entendemos que os estudantes organizados é que vai derrotar Bolsonaro e esse projeto de desmonte da educação, do serviço público e todo esse projeto de negação da ciência que Bolsonaro tenta introduzir no Brasil”, disse ele ao Portal Vermelho.
Fonte: Vermelho.org