Mais Mulheres na Política para reconstruir o Brasil

“Mais Mulheres na Política” é o tema do debate que a CTB promove no próximo dia 18, com a participação da política e escritora Manuela D´Ávila, a deputada estadual Isa Penna (PCdoB), a ex-presidenta da UNE, Carina Vitral, a presidenta do Sedin, Claudete Alvez, e a representante do Consulado de Cuba, Jasely Fernández Garrido.

O evento que acontecerá na Casa da Classe Trabalhadora, a sede nacional da CTB na capital paulista, começa às 18 horas e será transmitido também pela internet. Haverá show da cantora e compositora Tinna Rios.

O desafio que se impõe ao campo progressista neste ano de 2022 é imenso. É preciso derrotar Bolsonaro, e tudo que ele representa: o fascismo, o retrocesso, a barbárie. E as mulheres são protagonistas desta batalha, uma vez que representam mais de 50% do eleitorado brasileiro.

Porém, são muitos os empecilhos que uma mulher enfrenta ao atuar no campo político. Além do machismo, existem diversas outras formas de violência. E para tratar dessas questões, a CTB reuniu um time de mulheres corajosas que tem muito a dizer e contribuir para a reconstrução do Brasil.

Ouvimos a deputada Isa Penna, e a política e escritora Manuela D´Ávila.

Leia o depoimento de cada uma delas:

Manuela D´Ávila – “Quando disputei as eleições em 2020 pensei que nada poderia ser pior do que ter disputado contra Bolsonaro em 2018. Infelizmente, me enganei. Isso porque percebi que os mecanismos que a extrema-direita usa para atacar as mulheres na política começam de onde pararam nas eleições anteriores. Se tivemos fake news e ataques em massa nos dois últimos pleitos, podemos esperar que eles se amplifiquem ainda mais este ano.

Se queremos mais mulheres na política, é preciso mudar essa política que nos violenta, os parlamentos municipais e locais precisam reconhecer a violência política de gênero e punir aqueles que a praticam, só assim nos sentiremos mais seguras para entrar e permanecer no ambiente político.”

Isa Penna – “A violência política de gênero acontece diariamente onde as mulheres ousam ocupar espaços historicamente destinados aos homens, e há um processo de agravamento desde pelo menos 2016. É uma realidade enfrentada muito cedo por mulheres como Manuela D’Ávila, Monica Seixas, Tabata Amaral, Erica Malunguinho, Leci Brandão, Dilma Rousseff, Marina Helou, Joice Hasselmann e inúmeras outras. É importante sempre lembrar que não é exclusividade de nenhum campo político, atinge a todas em um momento ou outro. A política é um ambiente extremamente machista e misógino, toda uma violência que é gerada justamente para impedir as mulheres de acessar direitos, acessar os espaços públicos, andar tranquilamente nas ruas, trabalhar…  

O aumento nas denúncias e escândalos de pedofilia, machismo e violência sexual envolvendo políticos eleitos não é casual. É sintoma de uma realidade histórica, machista, branca, patriarcal e elitista que ultrapassa todos os espaços de poder. Se há tantos casos no foco do debate público hoje, é porque mulheres na sociedade civil, na política, nos movimentos sociais, na cultura e em todos os espaços estão unidas e compromissadas em denunciar e responsabilizar toda e qualquer forma de agressão. É essa luta que está dando visibilidade para os casos, gerando engajamento coletivo e responsabilizando assediadores e agressores.

Também não é coincidência que os mesmos políticos envolvidos nesses escândalos sejam todos apoiadores de um homem que já disse que Maria do Rosário “não merece ser estuprada”, que já demonstrou seu desdém e desprezo pessoal pelas mulheres. A fome, a miséria, a inflação, o desmonte da educação, tudo isso são problemas que afetam diretamente a vida das mulheres de todo o país, especialmente as mais vulneráveis. 

É por isso que precisamos de mais mulheres progressistas no Congresso e nas Casas Legislativas, precisamos de uma esquerda mais representativa, para derrotar o bolsonarismo e focarmos em políticas públicas efetivas e benéficas para todas as mulheres. Ainda sonho e luto para que a misoginia seja crime e seus criminosos sejam plenamente punidos, sem manobras, sem privilégio, sem descanso, assim como é a vida de toda mulher que nasce nesse país”.

Manuela também faz um chamado:

Serviço

Debate Mais Mulheres na Política

Quando: Dia 18/05

Horário: 18 horas

Local: Casa da Classe Trabalhadora – Rua Cardoso de Almeida, 1843

Inscreva-se antecipadamente para esta reunião:

https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZIucuqrrj8sH9aWBsBJj4nP6Uw_h7BI484b