Leia o pronunciamento feito por Adilson Araújo nesta quarta-feira (11), em Caxias do Sul (RS), durante ato em comemoração aos 90 anos do Sindicomerciários:
Nos últimos dias assistimos o presidente Jair Bolsonaro redobrar os ataques ao Superior Tribunal Federal (STF) e à democracia, levantando suspeitas infundadas sobre o sistema de votação eletrônico e reiterando ameaças golpistas.
Conforme notou o presidente Lula, os destemperos do líder da extrema direita brasileira mostra que ele tem medo de perder a eleição em outubro e sair do Palácio do Planalto diretamente para o xadrez em função dos crimes que cometeu e que estão sob investigação no STF e em outras instâncias.
A última pesquisa de opinião divulgada pelos meios de comunicação indica que Lula continua com ampla vantagem sobre os rivais, apesar de certa recuperação de Bolsonaro, e pode vencer o pleito ainda no primeiro turno.
A revista Veja assinala hoje que “depois de crescer oito pontos percentuais em três meses e reduzir de 22 para 14 pontos a desvantagem em relação a Lula (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) parou de crescer em maio, conforme pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (11).
“De acordo com o levantamento, o petista tem 46% das intenções de voto no primeiro turno, um ponto a mais do que em abril. Já Bolsonaro se manteve com 31%, interrompendo uma escalada que começou em fevereiro. quando tinha 23%, e ganhou impulso em março, quando atingiu 26%. Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB) registraram, respectivamente, 9% e 4%. Nos dois principais cenários pesquisados, Lula supera numericamente a soma dos demais adversários (46% a 44%), o que, em tese, lhe dá chance de vencer no primeiro turno.”
A conjuntura econômica é trágica para as parcelas mais vulneráveis da nossa classe trabalhadora. Cerca de 30 milhões sofrem com o flagelo do desemprego, do desalento ou da subocupação. Os salários estão em queda e os preços em alta, sobretudo dos alimentos e combustíveis.
Em abril, a inflação oficial, medida pelo IBGE (IPCA), bateu em 1,06%, o índice mais alto para o mês desde 1996. Acumulados em 12 meses somam 12,13%, o pior resultado desde 2002. Mas o estrago no bolso do trabalhador foi maior, uma vez que o preço dos alimentos que compõem a cesta básica subiu mais de 20% no período.
Além das mentiras com que buscam escamotear a responsabilidade pela carestia, Bolsonaro e Guedes continuam com medidas que visam destruir o que ainda nos resta de direitos e entregar nossas empresas estatais ao capital estrangeiro.
Reitero, por isto, o conteúdo da última resolução política da Direção Executiva Nacional da CTB. Nossa tarefa central até o final deste ano é a conscientização e mobilização da classe trabalhadora para a batalha eleitoral que já está em curso e terá seu desfecho em outubro.
A continuidade do Clã Bolsonaro no Palácio do Planalto após o pleito de outubro não significaria apenas a preservação da agenda reacionária inspirada no neoliberalismo. Seria um trágico aval popular para o avanço da barbárie neofascista em nosso país.
Derrotar o líder da extrema direita é vital para a CTB, o movimento sindical e as forças democráticas e progressistas. O pleito de outubro deve ser o centro das atenções e da energia do sindicalismo classista ao longo deste ano.
O duelo para a Presidência tem um significado transcendental, mas não deve obscurecer a importância, também estratégica para a luta democrática e popular, das eleições para o Congresso Nacional, governos estaduais e assembleias legislativas, que ocorrerão simultaneamente. Não devemos medir esforços na campanha pela eleição de candidatos e candidatas comprometidas com as causas da classe trabalhadora para todos os cargos em disputa neste pleito decisivo para nossa história.