Confira a participação da CTB no 18° Congresso da FSM

O 18º Congresso da FSM aconteceu entre os dias 6 e 8 deste mês em Roma, na Italia. A CTB participou deste importante evento para a classe trabalhadora e contribuiu ativamente para o debate.

Leia a exposição de Divanilton Pereira, dirigente nacional da CTB que participou presencialmente do evento:

Por Divanilton Pereira*

A Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, entidade sindical que representa milhões entre homens e mulheres do seu país, saúda todas as delegações classistas – presenciais e virtuais – que participam deste Congresso. Registramos também o nosso agradecimento e as nossas congratulações à anfitriã USB, pelo acolhimento de sempre e o compromisso com o fortalecimento da Federação Sindical Mundial.

Divanilton esteve presente em Roma, representando a CTB no 18° Congresso da FSM

Apresentamos as nossas condolências à todas as vítimas da COVID-19, particularmente às da classe trabalhadora e os seus representantes. Pela CTB, homenageio o ex-Secretário Geral, Wagner Gomes, falecido em 2021. 

Mesmo sob os efeitos da crise capitalista em curso, marcada pelos ataques aos direitos e as organizações sindicais, acelerada violentamente pela pandemia da COVID19, a realização exitosa deste 18º Congresso da FSM é uma expressão concreta que, a concepção classista, de luta e internacionalista da FSM é uma necessidade histórica. É uma combativa organização sindical, que, além de enfrentar as raízes dos desafios da classe trabalhadora, luta pelos seus direitos contemporâneos.

Por sua natureza, o capitalismo é a fonte geradora da concentração de renda e por conseguinte, propulsora das desigualdades sociais, da desvalorização do trabalho vivo e por uma imensa legião de desempregados, refugiados e desalentados. Quando em crise – historicamente recorrentes – sempre busca manter os seus lucros reduzindo os direitos e o custo da força do trabalho humano.

Como parte dessa maximização aos seus ganhos, acelera um conjunto de processos gerencias e tecnológicos – em especiais a da terceirização e a indústria 4.0 – que alteram o modo, o como e aonde produzirem. Além disso, amparada por uma aguda desregulamentação do trabalho e das relações sindicais, provoca uma dispersão política, ideológica e organizacional da classe trabalhadora em nível mundial.

No que pese a importância estratégica da transição geopolítica atual, ainda não se estabeleceu um sistema de forças – político, econômico, tecnológico, comunicacional e ideológico – capazes de reposicionar a valorização do trabalho frente a hegemonia financista atual. Em seu conjunto, esse ambiente tem propiciado a falta de perspectivas para largas camadas dos povos, tornando-as frágeis diante das manipulações neofacistas.

Os sindicalistas classistas da FSM devem enfrentar esse processo com amplitude política, com prioridade aos novos e tradicionais locais de trabalho, intensa política de formação e de comunicação.

Nessa direção, a CTB compromete-se com a campanha da FSM pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial, uma conquista que incorporará ganhos da produtividade à quem produz.

Além dessa jornada classista, defendemos que participemos das lutas democráticas contra as forças reacionárias que se rearticulam em escala global, promovendo um amplo movimento político em defesa dos valores civilizacionais, conquistados há séculos contra a barbárie nazifascista.

Compreendemos que o atual estágio geopolítico está marcado por tensões entre os novos polos político-econômicos, que representam a multipolaridade global, e os que insistem em manter uma ordem mundial unipolar, historicamente esgotada. O império estadunidense, com seu relativo declínio político e econômico, utiliza-se do seu aparato militar e do seu escudo mundial, a OTAN, para frear essa tendência e violentar as nações que se contrapõem.

A CTB é defensora histórica da paz mundial, mas não se confunde com a manipulação midiática global do imperialismo. Este sempre tenta eximir-se de suas responsabilidades frente as guerras que promove. A da Rússia e a Ucrânia é mais um exemplo dessa estratégia.

Se o 2º Congresso da FSM, realizada também na Itália em 1949, teve um papel estratégico contra aqueles que não queriam a sua existência, o 18º completa um novo ciclo, eleva a sua consolidação política-organizacional e cria melhores condições para enfrentarmos o ataque sistêmico do capital contra o trabalho.

Essa condição atual é resultante dos esforços e convicções militantes de muitos, porém, a CTB dedica uma saudação toda especial ao líder maior desse último período: Muito obrigado George Mavrikos.

Viva a classe trabalhadora!

Viva a FSM!

Fora Bolsonaro! Lula Presidente!

Muito obrigado!

Divanilton Pereira é Dirigente Nacional da CTB e Secretário Geral Adjunto da Federação Sindical Mundial

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Viva a Federação Sindical Mundial e o seu exitoso 18º Congresso!