Trabalhadores estão em greve por todo país desde a última quarta-feira, 23. Entidades ligadas às categorias exigem o reajuste salarial e um novo concurso para reduzir as filas no INSS
A Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) anunciou o começo da paralisação no último dia 23. A greve segue por tempo indeterminado.
A categoria reivindica reajuste emergencial de 19,99%, percentual que corresponde às perdas salariais acumuladas nos últimos três anos, quando os salários permaneceram congelados; o arquivamento da PEC 32 – Reforma administrativa; a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, do “teto de gastos”, além de melhorias nas condições trabalhistas e um novo concurso público.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), desde 2019, o INSS teve uma redução significativa dos custos administrativos pela aposentadoria de quase 50% do quadro efetivo de servidores. A carência de profissionais sobrecarrega os trabalhadores e trabalhadoras do Instituto e castigam os usuários dos serviços.
“Desde então, as filas processuais aumentam, mesmo que os administradores tentem, na medida do que podem, acelerar a análise e promover a redução da fila”, informa a entidade. Esta é mais uma paralisação nacional realizada em poucos meses. A primeira ocorreu no dia 31 de janeiro, afetando 25 mil atendimentos. Já nos dias 8 e 9 de fevereiro, um novo movimento impactou até 50 mil perícias médicas. Entre os peritos médicos, o protesto contra o governo traz diversas pautas da categoria, incluindo a fixação de, no máximo, 12 atendimentos presenciais como meta diária e a realização de um novo concurso INSS, com 3 mil vagas para peritos.
No entanto, o concurso do INSS não deve acontecer em 2022. Pelo menos é isso o que disse o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, José Carlos Oliveira. Em resposta a um requerimento de informação, de autoria da deputada Chris Tonietto (PSL RJ), o titular da autarquia informou o seguinte: “A expectativa é que o desempenho desse ano seja ainda melhor do que o do ano anterior, mesmo sabendo que a força de trabalho disponível diminuirá e não haverá reposição nem por meio de concurso público, nem por meio de contrato por tempo determinado”, disse.
Independentemente disso, ainda há expectativa sobre o parecer oficial do governo para essa pauta, principalmente em meio à pressão dos servidores, que estão em greve. Isso porque, apesar da negativa, a autorização do concurso INSS 2022 é cada vez mais urgente. A autarquia chegou aos últimos meses de 2021 com 3.796 servidores em abono de permanência. Desta forma, mais de 3 mil profi ssionais podem deixar o Instituto Nacional de Seguro Social somente este ano.
Com informações da folha dirigida