O líder da extrema direita ganha 4 pontos com Moro fora do páreo
Pesquisa Ipespe divulgada nesta quarta-feira (6) mostra o ex-presidente Lula com 44% das intenções de voto para a Presidência contra 30% do seu principal rival no pleito, Jair Bolsonaro. O presidente subiu quatro pontos, de 26% para 30%, com a retirada do nome do ex-juiz Sergio Moro da lista de pré-candidatos.
Bem que Moro sonha com a candidatura e o premiado cargo, mas os caciques da federação na qual resolveu se abrigar, a União Brasil, vetaram sua pretensão. O levantamento é o primeiro sem o ex-juiz curitibano, que no anterior tinha 9% das intenções de voto.
A pesquisa sugere que também ganharam uns pontinhos com a saída do ex-juiz o ex-governador Ciro Gomes, que concorre pelo PDT e avançou de 7% para 9%; João Doria passou de 2% para 3%, e até Simone Tebet avançou de 1% para 2%. Os que não sabem, não responderam ou pretendem votar nulo ou em branco saltaram de 9% para 12%.
Foram mil entrevistas no país, realizadas nos dias 2, 3, 4 e 5 de abril. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O índice de confiança é de 95,5% (o que significa que se a pesquisa fosse realizada 100 vezes, em 95 delas o resultado ficaria dentro da margem de erro).
Na pesquisa espontânea (quando o eleitor aponta seu candidato sem que nomes sejam apresentados pelo pesquisador), Lula permanece à frente com 36%, mesmo número de março. Bolsonaro oscilou dois pontos para cima, e agora tem 27%, também a mais alta pontuação desde o início da pesquisa, em janeiro de 2020.
Não sabem ou não responderam somaram 21%. Já brancos, nulos ou nenhum foram 7%.
Segundo turno
Em cenários hipotéticos de segundo turno, Lula vence todos os oponentes. Aparece com 53% contra 33% de Bolsonaro, 20 pontos. Contra Ciro Gomes, Lula vence por 52% a 25%. Já contra João Doria, o ex-presidente tem vantagem de 35 pontos percentuais, marcando 55% a 20%.
Nas outras duas simulações de segundo turno com Bolsonaro testadas na pesquisa, o presidente perde para Ciro Gomes por 47% a 37%, e tem uma pequena vantagem (dentro da margem de erro) contra João Doria, de 39% a 38%.
A pesquisa indica retomada de melhoria da avaliação positiva do governo (o grupo que considera a gestão ótima ou boa foi de 26% para 29%). A avaliação de que a economia está melhorando voltou a 29%, depois de ter recuado a 27% em março, assim como melhorou a avaliação sobre o noticiário em relação ao governo (percepção positiva passou de 11% a 13%).
Além de confirmar a crescente polarização política, que reflete a crise e o acirramento da luta de classes, a nova pesquisa Ipespe sinaliza que a batalha presidencial não será fácil e a vitória das forças democráticas e progressistas demanda um empenho redobrado da militância para a mobilização e conscientização do povo brasileiro. O Brasil está na encruzilhada entre a barbárie bolsonarista e a reconstrução da nação, o restabelecimento dos direitos, a retomada do desenvolvimento com democracia, soberania e valorização do trabalho.