Em uma conversa com o presidente dos EUA, Joe Biden, nesta sexta-feira (18), o presidente da China, Xi JinPing, afirmou que seu país defende o fim do conflito na Ucrânia e o caminho para isto é o diálogo.
Por isto, a prioridade para o líder chinês é continuar o diálogo, as negociações, evitar a morte de civis, prevenir uma crise humanitária e acabar com a guerra o mais rápido possível.
Ele sugeriu que a Otan converse com a Rússia para resolver questões por trás da crise na Ucrânia, acrescentando que estaria disposto a prover mais ajuda humanitária, de acordo com informações divulgadas pela mídia chinesa.
Paz deve ser prioridade
“O conflito e os confrontos não são de interesse de ninguém. A paz e a segurança é o que a comunidade internacional deveria priorizar”, disse Xi em nota. Ainda de acordo com o governo chinês, Xi pediu a Biden esforços para que o conflito termine o mais rápido possível.
China, um país socialista, e EUA, líder da ordem capitalista internacional, são as duas maiores potências econômicas do globo. Pequim prosperou na paz e não tem interesses na guerra. Mas não se pode dizer o mesmo de Washington, useira e vezeira na promoção de golpes e confrontos.
Parece óbvio que o chefe da Casa Branca, ao contrário dos comunistas chineses, vem jogando gasolina na fogueira do conflito, insultando o presidente da Rússia (a quem chamou de assassino e criminoso de guerra), armando e manipulando o governo ucraniano e comandando sanções draconianas, danosas à economia mundial. Está fomentando a russofobia em escala mundial e especialmente no chamado Ocidente.
Falsa e unilateral – pois faz de conta que não ocorreram crimes de guerra e pavorosas atrocidades do imperialismo americano no Japão (bomba atômica) Vietnã (armas químicas), Coreia, Iraque, Afeganistão, Síria e Líbia, entre outros países – a retórica de Biden não é de quem deseja a paz.
A verdade é que os EUA têm o comando de Kiev e as cartas para estabelecer a paz, mas carecem de interesses neste tipo de solução. Fomentam a guerra porque, em decadência histórica, nutrem a ambição de pescar nas águas turvas da crise geopolítica e recompor a hegemonia perdida. Mas tendem a recolher um resultado contrário ao pretendido. A exacerbação dos conflitos internacionais apenas realça a decadência da ordem capitalista mundial acordada em Bretton Woods e aceleram a transição para uma nova realidade geopolítica, que deve ser liderada pela China.
Os EUA querem a expansão da Otan (presente hoje em 14 países do antigo bloco socialista comandado pela URSS) até os calcanhares da Rússia e isto não incomoda apenas Putin. É intolerável para o conjunto da nação, com exceção dos que têm mentalidade e espírito entreguistas. O ex-presidente Boris Iéltsin era um exemplar desta espécie, que floresceu sob a perestroika do governo Gorbachev nos anos de crise e agonia da União Soviética.
A maioria do povo, o movimento sindical e as forças sociais e políticas da Rússia apoiam a operação militar ordenada por Putin na Ucrânia e não porque querem guerra.
A paz é o anseio da maioria dos povos, incluindo russos e ucranianos, mas ela não será alcançada humilhando a Rússia e instalando no entorno daquela grande nação mísseis e bases de uma organização militar hostil, cuja razão de ser caducou com o fim da União Soviética e do Pacto de Varsóvia. A Otan sobrevive como instrumento de agressão imperialista dos EUA e seus aliados na Europa e deu claros sinais de seu sentido histórico e propósitos com os “bombardeios humanitários” que resultaram na destruição e retalhamento da Iugoslávia.