A guerra na Ucrânia é uma prova do fracasso da ONU ao não encontrar uma solução negociada para a resolução do problema. Adolfo Peréz Esquivel, prêmio Nobel da Paz e mais de 40 estudiosos do cenário internacional, em manifesto defendem que a retomada dos acordos de Minsk pode ser o caminho mais apto para reestabelecer o diálogo entre as partes do conflito.
O protocolo de Minsk, assinado em 05/09/2014, é um acordo com representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR), e da República Popular de Lugansk (LNR) para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia. Com a quebra do protocolo de Minsk, Putin reconheceu as duas repúblicas argumentando também que na Ucrânia há um crescimento de “clãs oligárquicos” e “grupos neonazistas”.
Segundo o manifesto, a guerra na Ucrânia é uma expressão do processo de decomposição do capitalismo neoliberal, “enquanto os meios dominantes põem foco no Leste Europeu, os israelenses atacaram Síria e Cisjordânia, o que custou novas vidas e centenas de feridos palestinos, e o Pentágono acaba de bombardear a Somália. Contudo, parece que somente a Ucrânia viu ser violado o seu direito à autodeterminação”.
Para Adolfo Peréz, a ação militar da Rússia sobre a Ucrânia precisa ser contextualizada na guerra que o governo pró-ocidental da Ucrânia vem realizando desde 2014 contra a população pró russa de Donbass, que já mataram 14 mil pessoas onde os grupos paramilitares neonazistas se destacam pela sua crueldade instigados pela OTAN e pelos Estados Unidos, violando os acordos de Minsk.
O manifesto ressalta também que o “empenho dos Estados Unidos de expandir a OTAN até as fronteiras da Federação Russa acompanhado da entrega de moderno armamento a Ucrânia, constitui o fato de consumação de um cerco militar progressivo que nenhum Estado pode aceitar de braços cruzados”.
A mídia no geral tem cumprido um papel desastroso de desinformação, endossando a política expansionista e intervencionista dos Estados Unidos, que tem espalhado pelo mundo 800 bases militares, e que tem sido responsável por milhares de mortes de civis sejam crianças, jovens ou idosos, nas diversas guerras com objetivo de se apoderar das riquezas dos países invadidos.
Pelo fim dos conflitos na Ucrânia e no mundo, o planeta precisa de paz e justiça social.
* Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do Iapaz