Por Professora Francisca e Heloísa Gonçalves de Santana
(Foto: CartaCapital)
Neste 8 de março – Dia Internacional das Mulheres – todas nós estaremos nas redes e nas ruas para levar a nossa luta por um mundo com mais igualdade e respeito a todas as vidas. Porque qualquer luta sem a participação em condições de igualdade das mulheres é uma luta pela metade.
Por isso, neste ano, o lema das brasileiras é Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais. Por um Brasil sem machismo, racismo e sem fome. Porque o país andou para trás com o golpe de Estado de 2016. Porque ingressamos novamente no Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU).
Porque a violência contra as mulheres não para de crescer no país. Porque nossos salários são menores que o dos homens, mesmo que tenhamos mais anos de estudos. Porque somos as primeiras a serem demitidas e as últimas a serem realocadas no mercado de trabalho.
Porque sofremos mais com o assédio moral. Porque somos vítimas constantes do assédio sexual no ambiente de trabalho, nas ruas, no transporte público. Porque a pandemia amplificou a violência doméstica, que já era gigante. Porque mulheres e principalmente meninas são estupradas todos os dias. Porque o trabalho doméstico, o cuidar dos filhos e da casa recai muito mais sobre nós. Porque nossos corpos são desrespeitados constantemente.
Tudo isso porque predomina no país a mentalidade patriarcal, machista, racista e LGBTfóbica. Um passo para a cultura do ódio. E o atual presidente insufla ainda mais a violência de gênero e de raça. A opressão às mulheres e à população mais vulnerável interessa ao sistema de divisão de classes.
Nós lutamos pelo oposto de tudo isso. Queremos a cultura da paz, do respeito à dignidade humana, da preservação ambiental, da justiça, da cultura, da educação, da ciência e da vida. Porque “eu solto o cachorro e, apontando pra você. Eu grito: péguix… Eu quero ver você pular, você correr. Na frente dos vizinhos, cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim” (Maria da Vila Matilde, de Douglas Germano). Respeitar as mulheres significa defender a capacidade da humanidade viver plenamente.
Professora Francisca é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil.
Heloísa Gonçalves de Santana é professora aposentada, Conselheira Regional de Representantes da Subsede Marília da Apeoesp, integra o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Marília (SP) e secretária da Mulher da CTB-SP.