Os combustíveis subiram cinco vezes mais do que a inflação oficial sob o governo Jair Bolsonaro (PL), com impacto na vida de milhões de brasileiros que sofrem com a alta generalizada dos preços que esses reajustes provocam. A alta atinge a gasolina, o diesel e o gás de cozinha, conforme dados da Petrobras analisados pela subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) da FUP (Federação Única dos Petroleiros).
Desde janeiro de 2019, quando Bolsonaro assumiu o governo, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 20,6%. No mesmo período, a gasolina foi reajustada em 116%, e o gás de cozinha, em 100,1%. Já o diesel encareceu 95,5%.
Os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras são atrelados à variação cambial e aos preços internacionais do barril de petróleo. É a chamada Política de Paridade de Importação (PPI), também conhecida como “política de preços da Petrobras”. Esse modelo, favorável aos investidores, mas prejudicial à população brasileira, foi implantado pelo governo Michel Temer (MDB) e mantida por Bolsonaro.
De outubro de 2016 (quando a PPI foi implementada) até 1º de fevereiro de 2022, o gás de cozinha na refinaria subiu 287,2%; a gasolina, 117,2%; e o diesel, 107,1%. A inflação acumulada no período foi de 29,8%. Nos postos de combustíveis, os reajustes acumularam no período: 81,6% na gasolina, 88,1% no diesel e 84,8% no gás de cozinha, segundo o estudo.
Segundo o economista Cloviomar Cararine, da subseção do Dieese da FUP, os combustíveis no Brasil deverão permanecer como uma das principais fontes de pressão inflacionária em 2022: “Com as tensões na Ucrânia e ondas de frio nos países do Hemisfério Norte – que elevam o consumo de petróleo –, os preços do óleo no mercado internacional deverão subir ainda mais, podendo superar US$ 100 por barril”.
Fonte: Portal CTB