O presidente da CTB, Adilson Araújo, participou nesta quarta-feira (8) do Ato de Encerramento do 9º Congresso da Força Sindical. A solenidade ocorreu na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A CTB também foi representada por Ronaldo Leite (secretário-geral) e Nivaldo Santana (secretário de Relações Internacionais).
Em seu discurso, Adilson lembrou os 40 anos da 1ª Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), realizada na Praia Grande (SP), em agosto de 1981. Na ocasião, mais de 5 mil lideranças sindicais se reuniram, já sob o último governo do regime militar (1964-1985), para buscar a unidade do sindicalismo na luta.
“Ali tínhamos a certeza da centralidade do movimento sindical frente, primeiro, à necessidade de interromper a ditadura militar. Segundo: era necessário pavimentar um ambiente de esperança para a nossa classe trabalhadora tão sofrida”, afirmou o dirigente.
“O exercício dessa atividade culminou, de forma singular, não somente para acabar com a ditadura – mas sobretudo para galvanizar esforços, a partir da construção de um pacto, que nos propiciou a tão desejada ‘Constituição Cidadã’ de 1988, agregou Adilson.
Outro marco, segundo ele, foi a primeira eleição de Lula à Presidência da República, em 2002. “Foi importante e estratégico trilhar a perspectiva de um projeto de mudanças.” Porém, desde o golpe de 2016, os últimos governos, liderados por Michel Temer (MDB, 2016-2018) e Jair Bolsonaro (desde 2019), “fizeram a propaganda de que era necessário ‘modernizar’ as relações de trabalho. É uma encomenda que não chegou e não vai chegar”.
De acordo com Adilson, a promessa de gerar emprego com o desmonte da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) não foi cumprida, apesar da ampla e nefasta reforma trabalhista de 2017. “A verdade é que a subtração do mandato da presidenta Dilma doeu. Ruiu por terra um pacote de medidas que nós levamos um século para alcançar.”
Para reverter esse cenário de retrocessos, o presidente da CTB declarou é indispensável a formação de uma “ampla frente” em defesa da democracia. “Vamos precisar do Lula e também vamos precisar de muita gente”, resumiu Adilson. Ele defendeu a convocação da nova Conclat, anunciada pelas centrais sindicais na segunda-feira (6) e prevista para o próximo mês de abril, a seis meses das eleições presidenciais. A atividade deve lançar a Agenda da Classe Trabalhadora, de olho no debate eleitoral.
“A Conferência Nacional da Classe Trabalhadora de 2022 tem como tarefa primordial apresentar um programa que oriente nosso povo da centralidade necessária da nossa pauta”, diz Adilson. Entre os pontos que a CTB defende para uma plataforma eleitoral, o dirigente destaca a universalização dos serviços públicos, a reindustrialização do Brasil e a retomada das grandes obras de infraestrutura.
Em nome da CTB, Adilson presenteou Miguel Torres, presidente reeleito da Força Sindical, com dois livros: Biografia da Nação, de José Carlos Ruy, e O Golpe do Capital contra o Trabalho, de Umberto Martins. “Sucesso a essa direção da Força Sindical”, concluiu Adilson.