A nação e o povo brasileiro vivem momentos terríveis nestes últimos tempos. Da eleição de Bolsonaro para cá, a desgraça foi se avolumando e aprofundando sobre o povo brasileiro – desde a retirada de direitos, desemprego, desnacionalização e desindustrialização até a entrega na bacia das almas das estatais estratégicas, torpedeamento do SUS (o maior sistema de Saúde do mundo), desmatamento criminoso das nossas matas e florestas e as queimadas.
Uma política criminosa no combate à Covid-19 deixou mais de 600 mil mortos e quase 22 milhões de casos – tudo por completo descaso, negacionismo e sabotagem do governo Bolsonaro, que preferiu criar a propina na pandemia. Ou seja, a cada dose de vacina, um dólar de propina. Sabotou a compra de vacina o quanto pôde, começando pela Coronavac do Instituto Butantan, a Pfizer e a AstraZeneca, instituindo a Covaxin como instrumento de propinoduto. Se isso não tivesse acontecido, certamente milhares de vidas teriam sido salvas.
Vivemos uma situação desesperadora, com mais de 30 milhões de desempregados ou subempregados, milhões de pessoas passando fome e a carestia nas alturas, impossibilitando famílias inteiras de se alimentarem. O caos está instalado no País. Diante desse quadro, Bolsonaro segue o seu intento de impor uma ditadura no País, passando por fechamento das instituições, como o Congresso Nacional e o STF, para terminar de realizar o trabalho sujo – que é aumentar a corrupção, perseguir e aniquilar seus oponentes, os democratas do País, com ênfase em eliminar os comunistas.
Perante esta situação, é mais que necessário unir as nossas forças para derrotar o inimigo principal do País, da democracia e dos direitos, o BOLSONARO GENOCIDA. Já fizemos isso na história do nosso Brasil. No colégio eleitoral na década de 80, unimos todos os democratas numa Frente Ampla para derrotar o inimigo do povo naquela ocasião – e derrotamos o candidato da ditadura, Paulo Maluf.
Na luta pela liberdade dos companheiros presos e exilados, conseguimos a “anistia ampla geral e irrestrita” através novamente de uma Frente Ampla, tirando dos cárceres e do exílio inúmeros companheiros para estarem na luta conosco. Assim foi também na aprovação da mais avançada Constituição do nosso país, a Constituição Cidadã de 1988, sob o comando do deputado Ulysses Guimarães.
Em todas essas lutas épicas, o esquerdismo, “doença infantil do comunismo”, representado pela pequena burguesia radicalizada, teve que ser enfrentado, desmoralizado e derrotado pelos democratas. Essa pequena burguesia radicalizada, se travestia de “esquerda e revolucionária” para semear a divisão no meio do povo, fazendo claramente o jogo do inimigo principal em cada um desses momentos históricos.
Não nos esqueçamos de que nós, os comunistas, atuando também no interior do movimento sindical, fizemos das tripas coração para defender a unicidade sindical. Fizemos o impossível para defender a unidade dos trabalhadores. Não obtivemos êxitos. Principalmente o PT em aliança com os trotskistas, fazendo coro com a ditadura e o imperialismo, conseguiram a divisão do movimento sindical brasileiro.
Todos esses episódios históricos relatados acima tiveram as impressões digitais dos que tentaram de toda maneira derrotar o nosso povo – o PT e os trotskistas –, que se esmeraram em vaiar o hino nacional brasileiro quando eram entoados nas manifestações populares e também em colocar fogo na bandeira nacional.
É preciso muita atenção no que está acontecendo no atual momento. Um grande esforço está sendo feito para conseguirmos a unidade de quem realmente não aceita esse desgoverno do Bolsonaro. Através de uma frente ampla, estamos reunindo todos os democratas que são contra o fascismo do Bolsonaro. Nessa frente cabem todos que não aceitam a ditadura e defendem a democracia e a vida.
Recentemente, em 7 de setembro, Dia da Pátria, Bolsonaro testou sua capacidade de dar um golpe. Graças à firme determinação da frente ampla, conseguimos derrotá-lo e impedimos que o golpe fosse consumado, através de manifestações fortes da sociedade brasileira. Seguimos adiante na construção da frente para derrotar Bolsonaro, seus asseclas e suas linhas auxiliares.
Surgiram recentemente uns milicianos de novo tipo, travestidos de esquerda, que procuram a todo custo impedir uma unidade mais ampla para derrotar o fascismo, com argumento estapafúrdio de que não se juntam com a direita e querem ver Bolsonaro sangrar até 2022 para ficar aparentemente mais fácil o candidato deles ganhar a eleição. A hipocrisia é tão grande que nem tocam no assunto de Lula insistir que o “revolucionário” Geraldo Alckmin seja seu vice nas próximas eleições presidenciais
Além disso, esses elementos não percebem ou não querem enxergar na realidade que quem vai continuar sangrando até lá será o povo brasileiro, sem emprego, sem comida, sem direitos, sem nada, morrendo aos milhares de Covid, fome e miséria. A intransigência desses imbecis vai em um caminho sem volta – agredir homens e mulheres, idosos, com paus e pedras, impedir a manifestação de líderes por meio de vaias e charangas.
É nada mais que covardia e fascismo. Se auto-intitulam PCO (Partido da Causa Operária), que até no nome mentem sobre os seus objetivos. Um agrupamento pequeno no tamanho e pequeno burguês na ideologia, o qual não estabelece limites para os objetivos escusos, ou seja, tentar impedir sem nenhuma possibilidade de sucesso a união classe operária e do povo brasileiro.
Uma questão que me preocupa é o total ouvidos moucos, boca calada e olhar no horizonte de dirigentes da CUT e do PT diante das ações nefastas, covardes e divisionistas desses grupelhos. Vale dizer que estão em plena aliança, pois, além de não assinarem nenhuma nota de repúdio a essas atitudes, ainda foram flagrados elementos com camiseta da CUT e do PT agredindo manifestantes.
Não nos esqueçamos de que recentemente um dirigente do PT que atende pelo nome de Breno Altman defendeu abertamente que os movimentos sociais e as centrais sindicais abrissem mão de defender os símbolos da Pátria, como a bandeira e o hino nacional brasileiros. Mas na verdade cabe aos setores mais amplos e democráticos da nossa sociedade isolar e derrotar esses milicianos, fazendo valer a vontade do povo de defender a Pátria e seus símbolos dos vendilhões. Vamos em frente, meus compatriotas.
É necessário retirar o entulho autoritário bolsonarista, que está destruindo o Brasil, entregando nossas riquezas ao capital financeiro internacional, destruindo o nosso patrimônio público e as estatais estratégicas como a Petrobras, a Eletrobras, os Correios, a CEF-CAIXA e o Banco do Brasil, agindo na calada da noite para entregar na bacia das almas todo o nosso patrimônio.
Destroem o parque industrial com sua política econômica neoliberal, desempregando milhões de pais e mães de família. A corrupção corre solta em quase todas as esferas do governo através do maior rombo do século, o tal orçamento secreto, que serve, entre outros crimes, para comprar deputados e aprovarem leis contra o nosso povo. Atendem aos interesses insaciáveis dos monopólios em prejuízo à vida de milhões de brasileiros.
Então é preciso desbaratar essa quadrilha que tomou de assalto o País através de mentiras e fake news desde o Palácio do Planalto. E isso só poderá ser feito com a união dos democratas de todo o Brasil em uma Frente Amplíssima, para isolar e derrotar o governo de Bolsonaro, suas linhas auxiliares.
Frente Ampla contra o fascismo, em defesa da vida, da democracia e dos direitos. Fora Bolsonaro!
- Ubiraci Oliveira (“Bira”) é vice-presidente nacional da CTB
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