Por Professora Francisca
Muito importante que todas e todos respondam a pesquisa Saúde Mental de Trabalhadores em Educação Filiados à CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Lançamos esse estudo para conseguirmos mapear a degradação das condições de trabalho nas escolas, provocando riscos psicossociais às educadoras e educadores de todo o país.
Sabemos de antemão que as condições precárias das escolas nos levam a muita insatisfação por termos dificuldade em atingir plenamente os objetivos a que nos propomos de levar uma educação de qualidade para todas as crianças e jovens.
A dificuldade de atingir os resultados que almejamos causa enorme decepção, o que acarreta adoecimentos. Como revela uma pesquisa feita pela revista Nova Escola, em 2020, pela qual 72% dos docentes tiveram a saúde mental afetada durante a pandemia. O isolamento social e o trabalho remoto agravaram a nossa situação com sobrecarga de trabalho e as imensas dificuldades de levar o ensino a todos os alunos.
O Censo da Educação Básica de 2019 aponta para a existência de mais de 48 milhões de estudantes nas redes pública e privada do país. Sendo 88,8% matriculados na área urbana, 11,2% na rural e 81% no ensino público.
O Censo informa também a existência de mais de 2,2 milhões de docentes no ensino básico, que vivem a realidade de salas superlotadas, falta de equipamentos e acessórios importantes para o desenvolvimento das aulas, falta, muitas vezes de espaços apropriados, ventilados e com segurança sanitária, dificultando ainda mais a saúde mental dos profissionais da educação.
A nossa pesquisa pretende subsidiar os governantes e parlamentares para a criação de políticas preventivas de saúde, sintonizando o chão da escola com as políticas propostas pelas secretarias de Educação.
Isso porque os vários levantamentos já feitos, antes e durante a pandemia, mostram o crescimento de distúrbios como ansiedade, estresse e depressão, entre outros, causados por jornadas extenuantes, a necessidade de trabalhar em duas ou até três escolas, salários muito baixos, assédio moral, perseguição, entre outros fatores extenuantes.
A nossa luta é para melhorar as condições de trabalho das educadoras e educadores com jornadas de trabalho adequadas, salários dignos, trabalho decente e investimentos massivos em educação.
Para termos um resultado que propicie aprofundarmos nossos conhecimentos sobre a saúde de quem trabalha em educação é essencial a sua participação nessa pesquisa.
A CNTE garante que “a participação é voluntária e as informações prestadas serão consideradas sigilosas de acordo com as recomendações éticas do Conselho Federal de Psicologia. O LPCT/UnB será o único responsável pela guarda e análise dos dados fornecidos pelos entrevistados”.
Professora Francisca é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil.