A nefasta reforma administrativa do governo Jair Bolsonaro sofreu nova derrota nesta terça-feira (21). Graças à pressão dos trabalhadores, a votação da Proposta de Emenda Constitucional 32/2020, a PEC 32, foi novamente adiada na Câmara Federal.
A apresentação do relatório do deputado Arthur Maia (DEM-BA) na comissão especial da PEC – que antecederia a votação em plenário – estava prevista para a tarde desta terça. Mas não houve acordo.
“Se o governo tivesse os votos necessários, faria de tudo para votar hoje”, afirma Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalahdoras do Brasil). “O adiamento é uma vitória, mas precisamos ficar atentos e manter a pressão”, reforça o dirigente.
Segundo o site Congresso em Foco, a base bolsonarista tentará encaminhar o relatório nesta quarta (21), às 15 horas. Mas “está bem difícil a possibilidade de um acordo para votar o tema”, informa a página.
Como se trata de uma PEC, a medida precisa de 308 votos para ser aprovada. Para piorar a situação do governo, as bancadas da Minoria e da Oposição comunicaram ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que fecharam questão contra a reforma administrativa. “Este é um dado dos mais relevantes. Há cada vez mais parlamentares contrários à PEC”, avalia Adilson.
“A nossa luta é para derrotar a PEC já na comissão especial ou, se passar lá, no plenário”, diz Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sintergs (Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Rio Grande do Sul) e dirigente nacional da CTB. Segundo ele, a luta para barrar a PEC deve crescer ainda mais.
“Tivemos hoje uma grande mobilização dos trabalhadores e das trabalhadoras em todos os estados do Brasil”, destacou Antonio. Desde as primeiras horas do dia, servidores e sindicalistas foram aos aeroportos para dialogar com os parlamentares. Em Brasília, os manifestantes ocuparam o Congresso.
“A orientação das centrais sindicais surtiu efeito mais uma vez. Houve pressão nos gabinetes, nos aeroportos, nas ruas e nas redes sociais”, frisou João Paulo Ribeiro, o JP, secretário dos Serviços Públicos e dos Trabalhadores Públicos da CTB. “Há muita unidade dos servidores, e muitos deputados já entendem que não se justifica uma reforma administrativa, muito menos na pandemia.”
Nesta quarta, os manifestantes continuarão atrás de mais apoio dos parlamentares. Às 10 horas, eles se concentrarão em frente ao Anexo 2 da Câmara. “Vai ter mais pressão nos corredores. A luta contra a PEC 32 está pautada”, conclui JP.