Por Heloísa Gonçalves de Santana
Para fugir do crescente movimento por sua saída e pela sua própria incapacidade de dirigir a nação, o presidente Jair Bolsonaro solta mais uma cortina de fumaça. Novamente voltou a sua carga de asneiras contra as professoras e professores, afirmando que o “excesso de professores atrapalha” o país.
O que atrapalha o país, na realidade, é quem ocupa no momento o Palácio do Planalto. Um presidente que não tem projeto para tirar o Brasil da crise, aliás, só aprofunda a crise e afunda com o país.
Nós contamos com pouco mais de 2,6 milhões de professoras e professores em todos os níveis, num país de dimensões continentais e com mais de 210 milhões de habitantes, com um grande número de analfabetos funcionais e total precarização das condições de trabalho dos docentes e deterioração das escolas públicas, como projeto de destruição da educação para a emancipação e para o conhecimento.
Como mostra a Professora Francisca, em vários de seus artigos, o atual desgoverno vem cortando verbas da educação desde a sua posse em janeiro de 2019.
Com a intenção de privatizar as universidades e os institutos federais, o Ministério da Educação está com uma verba cada vez mais reduzida. Além disso, o desgoverno tem nomeado pessoas sem a menor capacidade para estar à frente desse importante ministério.
Novamente citando a Professora Francisca, nenhum país pode se desenvolver plenamente e com justiça social sem investir maciçamente em educação.
E a função do Estado é investir em educação pública, melhorando as condições de trabalho e os salários dos docentes e estruturando as escolas com tudo o que é necessário para o processo de ensino e aprendizagem ocorra de acordo com as necessidades e os anseios dos estudantes.
Quase nenhuma escola tem biblioteca, laboratórios para o estudo de ciências, quadras esportivas, acesso à internet gratuitamente, computadores para a inclusão digital e aperfeiçoamentos das aulas. Pelas propostas desse desgoverno, voltaríamos décadas no processo de alfabetização, não observaríamos a ciência e o diálogo para o desenvolvimento do pleno conhecimento com autonomia.
Entre as sandices de Bolsonaro e a inteligência, fico com a inteligência. Por isso, como disse Paulo Freire (1921-1997): “Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina”.
Por isso, no dia 2 de outubro, todas e todos às ruas pelo Fora Bolsonaro.
Heloísa Gonçalves de Santana é professora aposentada, secretária da Mulher da CTB-SP, Conselheira Regional de Representantes da Subsede Marília da Apeoesp e integra o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Marília (SP).