A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) deverá propor ao Fórum das Centrais a realização, no primeiro trimestre de 2022, de uma 3ª Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora). A proposta é parte do Plano de Lutas que foi debatido nesta sexta-feira (13) pelos delegados ao 5º Congresso Nacional da CTB.
“É numa nova Conclat que o movimento sindical pode discutir e aprovar uma plataforma unitária, para dar protagonismo aos trabalhadores nas eleições 2022”, diz Nivaldo Santana, dirigente nacional cetebista. Segundo ele, essa plataforma deve ter como base um projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho, geração de empregos e recuperação de direitos.
Barrar os retrocessos do governo Jair Bolsonaro é outra prioridade da CTB, conforme seu presidente, Adilson Araújo. Entre esses retrocessos, ele cita as privatizações de empresas públicas e a reforma administrativa [Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020]. A CTB também alerta para o desmonte da educação pública e do SUS (Sistema Único de Saúde).
“O alvo da vez do bolsonarismo é o serviço público”, denuncia Adilson. “Além de privatizar empresas estratégicas e essenciais – como a Petrobras e os Correios –, Bolsonaro quer retirar a estabilidade e outros direitos dos servidores públicos.”
Atos contra o governo já estão na agenda da CTB e das demais centrais sindicais, em articulação com a Campanha Fora Bolsonaro. Na próxima quarta-feira, 18 de agosto, por exemplo, as entidades promovem a Greve Nacional do Setor Público, em protesto contra a PEC 32. Já em 7 de Setembro, Dia da Independência, haverá o 5º Grande Ato Fora Bolsonaro.
Valéria Morato, dirigente nacional da CTB e presidenta da CTB Minas Gerais, elogiou o Plano de Lutas. Coube à sindicalista fazer a apresentação do documento aos delegados do 5º Congresso. “É um plano de luta denso, que reafirma o compromisso da CTB com a luta pela emancipação da classe trabalhadora, a começar pelo isolamento e derrubada do governo Bolsonaro”, afirma Valéria.
O Plano de Lutas vai à votação na manhã deste sábado (14), no último dia do Congresso da CTB. Os delegados também elegerão a nova diretoria da central, que terá quatro anos de mandato (2021-2025).