Os metalúrgicos da fábrica Sae Towers, em Betim (MG), estão em greve desde terça-feira (3). A principal reivindicação dos trabalhadores é garantir um valor justo na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de 2021, já que a empresa propôs, neste ano, uma PLR 40% inferior à de 2020.
Segundo Alex Custodio, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, houve cinco rodadas de negociação com a direção da Sae Towers, que se manteve irredutível. A empresa alega que a pandemia de Covid-19 afetou os resultados, mas o sindicato denuncia a manobra: afinal, a produção não parou nesse período, inclusive com horas extras de trabalho.
Alex destaca o “histórico de luta” e a unidade dos metalúrgicos da Sae Towers, que aprovaram a greve, em assembleia, por unanimidade. “A diretoria do sindicato, junto aos trabalhadores, conseguiu fazer um movimento importante: rejeitar a proposta da empresa e, em seguida, aprovar o estado de greve.”
Segundo ele, outras negociações de PLR realizadas pelo sindicato neste ano tiveram reajustes importantes e acima da inflação, apesar da crise. “Assumimos o mandato de abril em 2020, no pior momento da classe trabalhadora. Mas, desde o início, fizemos movimentos e acordos importantes”, afirma.
Nesta quarta-feira (4), uma nova assembleia dos trabalhadores contou a participação de Valéria Morato, presidenta da CTB Minas. “A empresa – que não parou a produção durante a pandemia – agora se utiliza da catástrofe sanitária para reduzir a PLR”, denunciou a dirigente. “Esperamos que a direção da Sae Towers tenha juízo e negocie um acordo digno com os metalúrgicos.”
Além da PLR, os trabalhadores apresentaram mais cinco pontos de pauta à da Sae Towers: antecipação das negociações da Campanha Salarial 2021/2022; abono; manutenção dos direitos já conquistados; continuação a negociação de equiparação e adequação salarial; e estabilidade no emprego.