“O Congresso da CTB acontece em um momento de muitas dificuldades, de muita preocupação. Em uma conjuntura totalmente adversa e que vai na contramão dos interesses da classe trabalhadora” afirmou Sérgio de Miranda, secretário nacional de Finanças da CTB, ao fazer balanço da luta da Central que em 2021 realiza seu 5º Congresso Nacional.
5º Congresso da CTB: confira a programação
Ele lembra que o espaço do Congresso será importante para discutir os desafios atuais, sobretudo porque as trabalhadoras e trabalhadores rurais, sejam eles assalariados ou agricultores familiares, fazem parte desse processo e sofrem as consequências da política nefasta liderada por Jair Bolsonaro e sua equipe.
Participação dos rurais no Congresso
Miranda destacou que a categoria irá participar com uma delegação significativa e levará suas pautas, reivindicações, para que elas constem no plano de ação da CTB.
“Nossa ideia é contribuir para o espaço e garantir que a Central possa, assim, se posicionar e engrossar nossa luta. Evidentemente que também queremos fortalecer a CTB, essa Central que não se furta da defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras sejam eles do campo ou da cidade”, explicou.
Impacto da pandemia
O dirigente avaliou a conjuntura em tempos de pandemia e destacou que a CTB acompanhou todas as atividades realizadas pelas organizações da agricultura familiar, especialmente pela CONTAG, pelas FETAGS e pelos sindicatos de trabalhadores rurais.
“Neste período de pandemia não foi possível realizar grandes ações de massa, como por exemplo o Grito da Terra, mesmo assim as entidades levaram suas reivindicações, construíram suas pautas e agendas de negociação, ainda que enfrentando um dos piores momentos do país com um governo de desmonte completo de políticas estruturantes para o país”, emendou.
Governo entreguista
Miranda também criticou a política de Jair Bolsonaro e destacou que, desde o golpe de 2016, muitos direitos foram retirados. “Esse governo já mostrou que não tem compromisso com seu povo e país. E em nenhum momento priorizou a agricultura familiar. Mas, a luta segue e a CTB marcha ao lado das trabalhadoras e trabalhadores rurais contra esse governo do caos”.
Resistência
Durante a entrevista, Miranda destacou a resistência da categoria, os avanços alcançados e os desafios para superar a crise.
“Nós tivemos recentemente a divulgação do Plano Safra da agricultura familiar, fruto de um processo de muita luta, que ficou longe do que esperávamos, mas foi o que conseguimos alcançar a partir das reivindicações feitas pelo conjunto do movimento sindical especialmente as organizações ligadas à agricultura familiar. Um desafio muito grande que contou com a presença firme da CTB neste momento tão adverso”.
Semana Nacional da Agricultura Familiar
“A Semana é um evento que objetiva dar mais visibilidade a esse segmento tão importante para nossa economia, que é responsável pela produção de mais de 70% dos alimentos que chega na mesa do nosso povo”, explicou Sérgio de Miranda ao falar da participação da CTB na atividade.
Para fortalecer a luta no campo, Contag inicia nesta segunda (19), a Semana da Agricultura Familiar
Segundo ele, a Semana movimenta milhares de pessoas que têm como objetivo reafirmar o papel das mais de 15 milhões de mulheres e homens que fazem da agricultura familiar um setor estratégico para a economia e desenvolvimento do país.
E emendou: “Também é um espaço para combater mentiras como as que vêm sendo contadas pelo governo Jair Bolsonaro, de que é o agronegócio que produz o alimento do nosso povo. Uma mentira grave e que tem como objetivo desqualificar os trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar”.
A luta é pra valer!
Miranda destacou que ao longo dos anos o movimento sindical rural, liderado pela CONTAG e as FETAGS, conquistou importantes avanços que garantiram o fortalecimento da agricultura familiar e direitos para milhares de famílias que vivem no campo.
“Nossa luta, apoiada pela CTB, garantiu políticas importantes que não só possibilitaram a melhora da vida de milhões de pessoas, como também melhores condições de trabalho para a produção e qualidade dos produtos. Porém, desde 2016, com o golpe que colocou Michel Temer na presidência da República, essas políticas sofreram sucessivos ataques e, sob a gestão de Jair Bolsonaro, esse golpe só se aprofundou”, avaliou o dirigente.
Entre os retrocessos listados por Miranda está o fim do Ministério de Desenvolvimento Agrário, um espaço considerado fundamental pela categoria para pensar e desenvolver políticas públicas para o setor.
“Nós da CTB seguiremos firmes na luta e, de olho em 2022, nos organizaremos junto com os agricultores, com a sociedade em um grande debate para viabilizar uma nova alternativa de governo que possa realmente olhar de forma diferente para a agricultura familiar, para o conjunto da classe trabalhadora”, finalizou ele.