Por Altamiro Borges
A obstrução intestinal do “capetão” repercutiu na imprensa internacional na quinta-feira (15). Vários veículos trataram do assunto e registraram que o neofascista brasileiro tenta novamente politizar seu estado de saúde, posando de vítima e atacando seus adversários políticos. O jornal ianque New York Times foi um dos que tratou do tema de forma mais crítica:
“Os mais recentes problemas de saúde de Jair Bolsonaro ocorrem no momento em que a sua popularidade diminui em meio a escândalos e crises sobrepostos decorrentes da resposta do governo à pandemia do coronavírus. Legisladores e promotores estão investigando alegações de que altos funcionários do Ministério da Saúde buscaram propinas no início deste ano, enquanto negociavam a compra das vacinas Covid-19”.
Outro diário estadunidense, Wall Street Journal, informou que os médicos de Jair Bolsonaro “não forneceram mais informações sobre o que causou a obstrução ou por quanto tempo poderia ficar hospitalizado”. O jornal lembrou que “o presidente tem problemas abdominais desde sua campanha de 2018, quando um homem louco o esfaqueou na rua enquanto ele era cercado por simpatizantes”.
A foto apelativa de Jair Bolsonaro
Após especular que “os médicos o operaram um número desconhecido de vezes desde a primeira cirurgia”, o jornal afirma que a ultradireitista é alvo de investigações e tem enfrentado manifestações de rua em favor de seu impeachment. “Espera-se que Bolsonaro concorra à reeleição no próximo ano, onde provavelmente enfrentará o ícone esquerdista e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
Já o britânico The Guardian deu destaque ao tema na capa e realçou o tom apelativo do governante nativo. “Uma fotografia de um Bolsonaro sem camisa deitado em uma cama de hospital, com um homem que parecia ser um padre tocando seu ombro direito, foi publicada nas redes sociais do presidente junto com a mensagem: ‘Se Deus quiser, estaremos de volta em breve. O Brasil é nosso'”.
O jornal francês Le Monde foi o que pegou mais leve em sua primeira cobertura. Registrou apenas que “internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, nesta quarta-feira, o presidente foi transferido para São Paulo. Inicialmente, a cirurgia de emergência é excluída”. Já as agências internacionais de notícias, como a Reuters e a AP, também especularam sobre a possibilidade do “capetão” ser submetido a uma nova cirurgia.