Por Altamiro Borges
A “capitã Cloroquina”, que ganhou um carguinho no Ministério da Saúde por suas posições fascistoides, tomou a vacina contra a Covid-19 na segunda-feira (14), em Brasília. Mayra Pinheiro recebeu a primeira dose da AstraZeneca e logo após virou alvo do ódio dos bolsonaristas nas redes sociais, que a acusaram de traí-los com o “chip chinês”. Hilário e patético!
Defensora do “tratamento precoce” e do uso de medicamentos rejeitados pela comunidade científica no enfrentamento à pandemia, Mayra Pinheiro virou a queridinha do general Eduardo Pazuello, recentemente defenestrado do Ministério da Saúde em função de suas ações e omissões que causaram centenas de milhares de mortes no país.
A “capitã Cloroquina” inclusive foi responsável pela implantação do TrateCov, um aplicativo do ministério que receitava cloroquina e outros remédios ineficazes contra a Covid-19, inclusive para crianças. Por esses e outros crimes, ela teve que prestar depoimento à CPI do Genocídio e agora terá seus sigilos telefônico e telemático quebrados.
“Um chip comunista”
Para a famiglia Bolsonaro e seus fanáticos seguidores, a médica era vista como uma heroína. Criou-se até um fã-clube na internet. Agora, porém, ela frustrou os tapados. Segundo registro da Folha, “Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde, passou a ser criticada por seguidores após publicar foto em que indica ter sido vacinada contra o coronavírus”.
O jornal registra algumas destas reações patéticas, insanas, dos bolsominions nas redes sociais:
“Até a senhora doutora Mayra postando fotinha com essa vacina. Não quero nem passar perto de posto de vacinação… Não entendi, uma pessoa tão esclarecida”;
“Não está vendo as reações das vacinas?”;
“Esta não vou curtir, não tomo de jeito nenhum”;
“Admiro muito a doutora, mas não sei se é boa ideia”;
“Na minha família ninguém vai se submeter a esse experimento”;
“Você está com o chip comunista! Mande uma mensagem no meu perfil explicando o porquê senhora. Gosto do seu trabalho e não entendi”.