Em Minas Gerais, apenas 11,19% das pessoas receberam a 2ª dose da vacina contra o coronavírus. Em todo o Estado, já morreram 41.418 pessoas vítimas da pandemia. Enquanto isso, na cidade de Juiz de Fora, 10,7 mil doses foram perdidas por causa de seringas e agulhas inadequadas.
— A agulha não é de baixo volume morto, como preconizada pelo fabricante. Em função disso, comunicamos a inviabilidade de retirar as dez doses de Coronavac — afirmou a secretária de Saúde do município mineiro, Ana Cristina de Lima Pimentel ao jornal O Globo.
Volume morto é o termo usado para designar o líquido que continua dentro da seringa após a aplicação. Ele fica retido entre o cilindro e a agulha e resulta em uma perda de imunizante. No caso da Coronavac, a seringa deve ser de baixo volume morto. No entanto, o equipamento recebido em Juiz de Fora não tem essa característica.
— Em função disso, comunicamos a inviabilidade de se retirar dez doses de Coronavac — diz a secretária. — A situação foi comunicada à Superintendência Regional de Saúde, sobre a necessidade de reenviar essas doses. Por ser inviável retirá-las, consideramos que elas não foram recebidas — acrescenta.
A comunicação formal foi feita por meio de um ofício enviado ao governo de Minas Gerais ainda em abril. Mas na ocasião, de acordo com Ana Pimentel, a gestão estadual de saúde já estava informada do problema.
— Isso tem relação com processo de licitação. Acontece do vencedor distribuir o que existe no mercado naquele momento, a que estava disponível no momento. Durante a pandemia isso aconteceu com vários insumos — explica a secretária.
O governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) disse que “após o anúncio da Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora, nesta terça-feira (1º/6), a SES-MG vem tomando várias medidas para verificação e monitoramento sobre as seringas e doses da vacina Coronavac/Butantan”.
As 10.769 doses perdidas dariam para vacinar a população inteira de qualquer um dos 378 municípios mineiros com menos de 10 mil habitantes.
Esse desperdício também foi verificado em outras cidades mineiras como Ribeirão das Neves e Nova União.
CTB-MG com informações de O Globo
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