Por Francisca Rocha
O país não aguenta mais, está parando de respirar e o atual presidente faz piada. Aliás, a bem da verdade, ele virou piada no mundo todo. A sua ignorância, seu discurso beligerante e a falta de capacidade para administrar o país, transformou o Brasil num país mal visto em todo o mundo.
Negligenciou a pandemia, não fez o necessário lockdown para o combate ao coronavírus e agora o país amarga o número espantoso de mais de 400 mil óbitos. A maioria poderia ser evitada como afirmam os cientistas. Bastava haver uma coordenação nacional para atuar contra a disseminação da covid.
Mas o presidente prefere fazer piada com a desgraça alheia. Atua para destruir as instituições democráticas, ataca a imprensa, entrega os patrimônios nacionais, a Petrobras, a Eletrobras, os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, as terras indígenas, a agricultura familiar. Faz de tudo para beneficiar os interesses de grupos econômicos estrangeiros.
Ataca a educação pública, o SUS, a liberdade, os direitos humanos, a liberdade de expressão. Despreza a vida dos mais pobres, insufla aglomerações e fala contra as medidas sanitárias de combate à covid, além de preconizar medicamentos sem nenhum efeito contra essa doença.
Não comprou vacinas, quando podia. E embora o Brasil tenha uma capacidade vacinal como nenhum outro país no mundo, a vacinação caminha a passos de tartaruga e novas variantes do vírus despontam, contaminando mais e assustando a todo mundo.
Esse desgoverno não fez nada para combater a pandemia do coronavírus, ao contrário minimizou os efeitos da doença, desprezou as medidas sanitárias para o enfrentamento, não usou máscara, aglomerou e fez o Brasil passar vergonha no mundo todo.
Faz de tudo para desviar a atenção da sua falta de atitude no governo. Porque trabalha contra o Brasil. Quer acabar com a educação pública, com o SUS, corta investimentos nessas áreas, negligencia as universidades federais para privatizá-las, corta verbas da pesquisa e da ciência, das políticas públicas de bem-estar, de promoção de combate às desigualdades e de justiça social.
Só sabe trabalhar para a indústria das armas. Defende os privilégios dos muito ricos. Age para destruir a democracia, as liberdades e a justiça. Não faz nada para o país superar a crise econômica que seu desgoverno aprofunda. E isso aumenta a miséria, o desemprego, a precarização do trabalho e as desigualdades.
O Brasil volta ao Mapa da Fome da ONU com mais de 19 milhões de pessoas sem ter o que comer e quase 117 milhões comendo menos do que necessita para sobreviver.
Seus seguidores insistem no ensino domiciliar, na militarização das escolas para apenas reprimir os estudantes e barrar o pensamento crítico, sem buscar melhorias na qualidade de ensino.
Persegue professoras e professores em vez de trabalhar pela valorização profissional. Em vez de aumentar os investimentos na estrutura das escolas para que todas tenham bibliotecas, laboratórios científicos, aulas de artes, aulas de esportes com os equipamentos necessários. Sem uma educação pública de qualidade o país perde e a juventude sofre. Todos sofrem.
Nem um auxílio emergencial de R$ 600 ele quer pagar para os mais de 14 milhões de desempregados, quase 6 milhões de desalentados e cerca de 40 milhões de pessoas trabalhando em condições absolutamente precárias, sem nenhum direito.
Todos esses fatores devem ser investigados pela CPI da Covid, instaurada no Senado por determinação do Supremo Tribunal Federal. Todas as responsabilidades por tamanha calamidade devem ser apuradas e as responsabilidades determinadas.
Já passa da hora da sociedade impor freios a esse desgoverno. O país precisa respirar. O SUS, a educação pública, os direitos humanos, a democracia, o combate à fome, a cultura, o emprego e a panela cheia precisam de nós para o país voltar a crescer.
E o país só pode retomar os trilhos de crescimento com um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, da justiça social, em defesa dos interesses nacionais e da imensa maioria do povo brasileiro. Mais educação, mais saúde, mais ciência. Vida decente para todas e todos. Fora Bolsonaro é uma exigência da vida.
Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, seção São Paulo (CTB-SP).