“O Brasil atavessa uma crise sem precedentes, ao mesmo tempo sanitária, econômica e política”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, durante mensagem de saudação da nova diretoria da Contag, eleita para dirigir a entidade entre 2021 a 2025 e que tomou posse nesta terça-feira (27) em cerimônia virtual. “Nosso país registrou mais mortes em quatro meses de 2021 do que nos 12 meses de 2020”, lamentou o sindicalista.
O presidente Aristides Veras dos Santos, reeleito, salientou que os desafios enfrentados durante o 13º da Contag foram imensos. “Fechamos uma chapa à distância, com um nível de unidade muito amplo, uma plenária com todas as federações aprovaram a chapa por unanimidade. E também elaboramos um documento base unitário, com um ou outro ponto polêmico que foi destacado”.
“Precisamos fortalecer nossa organização”, conclamou, destacando a necessidade de estimular a “participação e protagonismo das mulheres, dos jovens e também dos idosos. Enfrentamos uma realidade dura, inclusive de sustentação financeira, com desafios na luta em defesa da democracia e do desenvolvimento nacional. Vamos reforçar a defesa da agricultura familiar e avançar junto com a classe trabalhadora para que possamos melhorar o Brasil e o mundo”, concluiu.
Relevância da agricultura familiar
Em sua mensagem, o presidente da CTB enalteceu a relevância do papel desempenhado pela agricultura familiar para a sociedade brasileira e a necessidade de que ela seja apoiada, valorizada e fortalecida.
Leia mais abaixo:
Nossa agricultura familiar merece ser tratada com todo carinho e cuidado, pois responde por nada menos que 70% da produção dos alimentos que abastecem os lares brasileiros. É uma atividade essencial para a sobrevivência do nosso povo e a segurança alimentar da nação. Mas agricultores e agricultoras familiares não desfrutam do apoio que merecem e precisam do atual governo liderado pela extrema direita.
No campo, Bolsonaro procura fazer a vontade dos grandes proprietários em detrimento de trabalhadoras e trabalhadores da agricultura familiar e assalariados. Paralisou a reforma agrária, nocauteou o Incra e aprofundou a política instituída após o golpe de 2016 que começou com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), seguida por cortes drásticos de orçamento de programas para a Reforma Agrária e para o Incra, assim como para o Pronera, o Procampo, o Pronatec, para habitação rural, o ATER. Presenciamos o desmonte do Ibama e do ICMBio. Aumentou exponencialmente as liberações de agrotóxicos, o desmatamento e a indiscriminada destruição do meio ambiente, fato despertou indignação internacional.
Estimulou a violência contra indígenas, quilombolas e líderes sociais rurais. Também vetou o PL 735/2020, que estabelecia medidas emergenciais de amparo aos agricultores familiares para mitigar os impactos socioeconômicos da covid-19, e acabou com o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural. Tudo isto indica que precisamos, juntos, intensificar o combate ideológico político contra o governo da extrema direita, inclusive nas redes sociais. É possível que mais à frente as mobilizações sejam retomadas.
Sigamos na luta por vacina para todos e todas, criação de empregos, auxílio emergencial no valor de R$ 600,00, em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos sociais. É preciso retomar com urgência o projeto nacional de desenvolvimento com democracia, soberania e valorização da classe trabalhadora no campo e nas cidades.
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