São muitos os desafios com que se depara a classe trabalhadora e o movimento sindical brasileiro na atual conjuntura. Entre eles, dois mereceram destaque no ciclo de debates do V Congresso da CTB que reuniu mais de 200 sindicalistas das 10 às 13 horas desta quinta-feira (22): comunicação e formação.
Ao encerrar o evento, Adilson Araújo, bancário e presidente da CTB, observou que “o desafio maior é ampliar cada vez mais a nossa luta, desenvolver a unidade, fortalecer a CTB e garantir maior participação de mulheres, negros e negras, jovens”.
Quadro adverso
O sindicalista ponderou que “estamos diante de um quadro político adverso, a organização social dos trabalhadores passou por mudanças abruptas, que atingiram duramente os sindicatos”, apontando a terceirização sem limites, uberização, trabalho intermitente, fim do Imposto Sindical.
A professora e secretária das Mulheres Celina Arêas disse que o grande desafio é responder concretamente e de forma eficaz a pergunta: como mobilizar trabalhadores e trabalhadoras nesta conjuntura?
“Isto passa obrigatoriamente pela comunicação e formação classista, são as duas questões centrais. Não basta ter uma boa proposta, é preciso convencer a classe trabalhadora, é preciso dialogar e conscientizar as bases. Chegar às mulheres, juventude, negros, de forma a envolvê-los, mobilizá-los para a luta”, salientou. São tarefas que supõem maior investimentos em comunicação e mobilização.
Unificação CTB/CGTB
O sapateiro Vicente Selistre, secretário de Relações Institucionais, afirmou que é necessário lutar por espaços paritários entre mulheres e homens, priorizar a luta da juventude, dos negros. “O desafio é grande mas passa por organização, conscientização, comunicação e formação”, opinou.
Bira Dantas, presidente da CGTB, mencionou a luta contra a privatização dos Correios, da Eletrobras e a defesa da Petrobras, dos bancos e empresas públicas como uma das prioridades impostas pela conjuntura. Chamou a atenção também para a CPI da covid, que tende a desempenhar “papel muito importante na luta contra o governo Bolsonaro”.
O V Congresso da CTB deve aprovar em sua plenária final a proposta de unificação entre CTB e CGTB, iniciativa que fortalece o sindicalismo classista. “Viva a nossa unificação”, exclamou Bira.
Unidade campo-cidade
Carlos Augusto Müller, presidente do Sindmar e secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, salientou que o debate permitiu identificar diversos desafios, destacando “a necessidade de conscientizar a classe trabalhadora, a importância da comunicação, este me parece um ponto muito importante”.
A presidente do Sinpro/MG e da CTB mineira, Valéria Morato, disse que os sindicatos, embora fragilizados, não vão acabar, mas ressalvou que o movimento “precisa se atualizar e dialogar com os trabalhadores e trabalhadoras que estão em outros espaços, nos aplicativos, na informalidade. Temos de ser criativos”, conclamou.
O agricultor familiar Sergio Miranda, secretário de Finanças da Central classista salientou que nunca a unidade da classe trabalhadora foi tão necessária e também destacou a importância da comunicação e formação a conscientização e mobilização das bases. Encerrou sua intervenção enaltecendo a defesa da unidade. “Viva a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e das cidades!”.
O ciclo de debates do V Congresso da CTB ocorre todas as quintas-feiras a partir das 10 horas.