Por Altamiro Borges
Levantamento feito pelo jornal Correio Braziliense, com base em dados da plataforma “Bot Sentinel”, demonstram que os robôs bolsonaristas estão em plena ação nas redes sociais. Eles têm sido acionados para salvar o “capetão”, que acumula desgaste com a pandemia, o caos econômico e social e as constantes brigas no laranjal – como na recente “crise militar”.
Segundo a pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (5), “o número de postagens com hashtags de apoio ao presidente Jair Bolsonaro deram um salto vertiginoso entre fevereiro e março, com crescimento de 273%”. O maior uso dos robôs na internet coincide com a queda de popularidade do genocida, apontada em todas as pesquisas de opinião pública.
Crescimento de 273% nas postagens
“Em meio a um cenário negativo para Bolsonaro, cresceu a quantidade de interações no Twitter de perfis considerados inautênticos em favor do presidente… Se, há dois meses, a ferramenta mapeou pelo menos 13.206 posts produzidos por bots bolsonaristas, no mês passado foram contabilizados, no mínimo, 49.302. O crescimento foi de 273%”.
Dentre os posts disparados por robôs, destacaram-se as hashtags que enaltecem as ações do genocida no enfrentamento da Covid-19. Segundo o jornal, houve mais de 15,2 mil publicações endeusando o “capetão” – tratado, por exemplo, como “herói do Brasil” e “vacina pra cima, presidente”. Haja cinismo e cafajestice!
As publicações ocorreram com mais frequência no dia do aniversário de Jair Bolsonaro, em 21 de março, e na data que marca oficialmente o golpe militar de 1964, em 31 de março. Só nesses dois dias, foram quase 14,1 mil postagens em favor do fascista no poder. Temendo o desgaste do presidente, a milícia digital bolsonarista está endiabrada.
Bolsonarismo tenta não perder espaço na internet
Entrevistado pelo Correio Braziliense, o cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, avalia que o uso de robôs é um sinal de que o bolsonarismo se sente acuado em meio às pressões contra o presidente:
“Ele está tentando não perder espaço na internet, território até hoje muito importante para o presidente. Na campanha de 2018, enquanto outros candidatos corriam para montar equipes nas redes sociais, Bolsonaro já as usava havia um ano ou dois. Portanto, ele sente que sua avaliação está deteriorando e tenta não perder espaço nas redes virtuais”.