Por Altamiro Borges
Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal – Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente – seguem inertes diante do avanço da Covid-19. Eles parecem aliados do genocida Jair Bolsonaro. Até as pesquisas já apontam o desespero da sociedade. Quantas mortes serão necessárias para despertá-los?
Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostra que 79% dos brasileiros acham que a pandemia está fora do controle, ante 62% que manifestavam essa opinião em janeiro. O medo toma conta da população, assustada com um governo que não está preocupado com a saúde pública. Teme que o Brasil vire o cemitério do mundo, como já afirmam no exterior.
O general Pesadelo e o médico encrencado
O general incompetente Eduardo Pazuello – ou “Pesadelo” – manteve-se “provisoriamente” no cargo até a noite de terça-feira (23). O médico Marcelo Queiroga, um bolsonarista de carteirinha, assumiu na calada da noite o posto de capacho da Saúde apesar das inúmeras suspeitas de irregularidades na sua vida empresarial na Paraíba. Enquanto isso, as mortes batem recordes.
Em meio à quarta troca ministerial e às notícias assustadoras sobre falta de leitos, de oxigênio, de equipamentos e de remédios para os milhares de infectados, a pesquisa Datafolha mostra que 55% dos entrevistados declaram ter muito medo da pandemia, enquanto o levantamento anterior, de janeiro, registrou 44%.
O maior medo se encontra entre as mulheres (61% ante 48% dos homens), os mais velhos (58% da faixa etária acima de 45 anos, ante 48% dos de 16 a 24) e os moradores do Nordeste (61% contra 44% da região Sul). Os jovens e os mais ricos também estão bem mais temerosos.
Os ricaços e os hospitais de luxo
No segmento de jovens de 16 a 24 anos, o medo pulou de 34% para 48% dos entrevistados. Entre os mais ricos, com renda mensal de mais de 10 salários mínimos, ele passou de 41% para 55%. Os balanços dos hospitais indicam que esses estratos têm sido mais afetados na atual fase da pandemia do novo coronavírus.
Como registra a Folha, “em um cenário de esgotamento generalizado da capacidade de atendimento, o acesso a plano de saúde não é mais suficiente para garantir atendimento. Hospitais privados de ponta têm unidades lotadas e parte deles já chegou a pedir leitos para o SUS em São Paulo”.
A “carta” dos banqueiros e ortodoxos
Esse quadro de total descontrole – que já atinge os ricaços e seus hospitais de luxo – talvez ajude a explicar a contundente “carta” divulgada nesta semana por banqueiros, empresários, economistas ortodoxos e outros representantes da cloaca burguesa contra o “capetão” Jair Bolsonaro – até ontem o seu “laranja” no Palácio do Planalto.
Será que agora, com o maior isolamento do genocida e com o agravamento da pandemia – que deve piorar muito nos próximos dias –, os presidentes da Câmara Federal e do Senado sairão da inércia? É urgente aumentar a carga sobre o desgoverno Bolsonaro. A criação da CPI da Pandemia serviria como um mecanismo de pressão. Chega de prostração!